E o campeonato brasileiro segue como uma \"roda de compadres\". Alternando os comandos da liderança, alternando os conchavos de arbitragem. Nessa laia repugnante de politiqueiros infestados de dirigentes, já não se pode confiar na lisura da disputa: é preciso superar tudo e jogar cada jogo como se fosse uma decisão. Mas parece que o Vasco, ainda forte candidato ao título, não tem observado isso. Semana passada, o presidente Roberto Dinamite levantou suspeitas quanto ao nível de arbitragem no jogo contra o Corinthians.
Dentro de campo, percebemos que o grande aliado do time paulista não era o juiz, mas o lateral Márcio Careca, com falhas e atuação pífia, cedeu um empate num jogo em que podíamos ter ganho. O técnico Cristóvão não viu isso. Ele também achou o Nilton \"bem\" na partida em que nos derrubou contra o Aurora. E hoje deixou o nulo Alecssandro atrapalhar até onde pôde. Enfim, hoje era um jogo pesado, mas realmente andamos perdendo pontos por falta de percepção do treinador. Cristóvão é um sujeito educado, cordial, profissional. Mas precisa ser mais Cristóvão e menos Ricardo. Precisa se desprender do que estava pronto e funcionava e mexer, sim, no que tem que melhorar. A gente não pode esquecer as lições da Taça Guanabara. Não precisamos errar muito para corrigir alguns erros.
Mesmo uma equipe competitiva, já campeã, classificada para a Libertadores e brigando por mais um título não pode se dar ao luxo de não repensar seus erros. Hoje o árbitro foi horroroso, parecia slow motion, deixou de nos dar um penalti, inventou a falta do segundo gol do Inter. Mas o pior é que não perdemos por nada disso: o time foi apático, Eder Luis estava anulado e nada fez para mudar isso, Felipe voltou em jogo atípico para suas atuais condições, a zaga sem Dedé é sofrível (não porque todos tenham que jogar como Dedé, mas porque nenhum dos outros joga nada). Alecssandro atrapalhou Diego Souza o jogo todo.
Além disso, Cristóvão insistiu em sua \"roda de volantes\", sem tentar sair mais para o jogo com Bernardo, por exemplo. Enfim, não se pode fingir que essas derrotas feias são justificáveis sempre. Já foram muitas! Todas por vareio. Como todo mundo erra, ainda estamos fortes na disputa. Mas precisamos ter um senso crítico que vá além da comparação com os outros e nos ajude a ver as coisas dentro de nossa realidade. O que nos falta para ganhar esse título é tão pouco que, de fato, irrita perder essa liderança não com uma derrota, mas com outra goleada e sem nenhuma reação. É por acreditar de verdade num Vasco campeão que me recuso a consentir derrotas e goleadas desnecessárias. Volto a dizer: a análise deve ser feita jogo a jogo. Três jogos sem vencer? Não pode...afinal, é Vasco da Gama!
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