O técnico René Simões, do Atlético-GO, não é o primeiro a detectar algo estranho na personalidade do menino Neymar.
O próprio Vanderlei Luxemburgo, que o treinou no Santos, foi um dos primeiros a apontar o desvio na personalidade do garoto após o primeiro jogo contra o Atlético-MG pela Copa do Brasil.
Lembro de Paulo César Gusmão, quando treinava o Ceará, também ter estranhado o comportamento do prodígio.
Mais tarde, foi Antônio Lopes , do Avaí, quem fez a queixa, e agora é Simões.
Todos incomodados com um comportamento que não combina com a imagem do jovem boleiro, arisco, gracioso, habilidoso, mas soberbo, provocativo e antipático.
É evidente que o menino talentoso, símbolo do genuíno futebol brasileiro, precisa de ajuda.
Preso ao time santista por um contrato milionário, Neymar vem dando sinais evidentes de que não está sabendo conviver com a fama.
Multá-lo, apenas e tão somente, talvez não seja suficiente.
Afastá-lo do time, como sugerem alguns, é punir o clube que acaba de fazer um esforço incomum para mantê-lo por aqui.
Fingir que nada há de anormal é dar chance ao azar.
A diretoria do Santos, o técnico Dorival Júnior e o próprio pai do jogador precisarão se desdobrar numa saída para evitar que o atacante não se perca nesta esteira que o levará ao mais alto degrau da fama.
E não me venham falar que é coisa da idade, pois seu contemporâneo Phillippe Coutinho está aí mesmo para nos oferecer o contraponto.