Integrantes de várias organizadas do Vasco estiveram na tarde desta quarta-feira na frente da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) para se manifestar contra a inversão de local das torcidas no Maracanã. O grupo de cerca de 25 pessoas esperava ser ouvido por dirigentes dos clubes e afirmou que boicotará a partida marcada para este domingo, às 18h30, contra o Fluminense, se não for atendido. A ideia é acompanhar o clássico do lado de fora, com faixas e panfletos protestando contra a nova disposição interna da arena.
Uma reunião com os presidentes das equipes, representantes da Ferj e o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio da Costa Neto, acontecia no mesmo local para tentar um acordo. Mais cedo, em coletiva no Fluminense, o presidente Peter Siemsen bateu o pé e disse que a questão é inegociável. As vendas ocorrem pela internet, com a disposição sugerida pelo consórcio e pelo time das Laranjeiras.
A torcida do Vasco costumava ficar ao lado direito das cabines de televisão antes da reforma no Maracanã, mas o setor agora pertence ao Fluminense, que assinou contrato por 35 anos com o consórcio. O time das Laranjeiras terá um setor fixo para seus torcedores com loja e sala de atendimento. Os torcedores vascaínos argumentam que a mudança fere uma tradição de décadas e poderá colocar em risco a segurança do público.
Eles sempre argumentaram que essa maneira de entrada era necessária para a segurança, para que a concentração dos torcedores fosse acompanhada. A maioria dos vascaínos nem sabe por onde entrar, se for invertido pode causar uma confusão. Além disso, se argumenta que o futebol é negócio, vamos usar isso e fazer com que eles sintam no bolso, sem entrar no Maracanã, declarou o Davidson de Mattos, integrante da torcida Guerreiros do Almirante.
Eurico Miranda apoia torcedores
O presidente do Conselho dos Beneméritos e ex-presidente geral do Vasco, Eurico Miranda, também esteve na Ferj. Fumando seu tradicional charuto dentro de um carro, ele declarou que a inversão dos lados da torcida é uma \"bobagem\" e reclamou da tentativa de mudança na reestreia do estádio para clubes.
Os caras têm que fazer as coisas direito. Querem mudar uma coisa que está aí há 50 anos da noite para o dia, reclamou o cartola, presença constante na Ferj, onde se diz consultor.
Grande parte dos torcedores está do lado de fora da federação, enquanto seis representantes foram escolhidos para tentar entrar na reunião. São esperados mais três ônibus com integrantes de organizadas na sede da entidade. Nesta quinta-feira, uma reunião entre o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) e torcidas de Fluminense e Vasco está agendada para definir trajetos e utilização de faixas e instrumentos musicais.