O Governo do Estado do Rio de Janeiro deu início ao novo processo de concessão do Maracanã e convocou uma audiência pública para o próximo dia 27. Apesar de ter São Januário, o Vasco quer estar presente na administração do estádio e já começou a estudar o edital de licitação. O VP geral, Carlos Osório, confirmou a informação e explicou os primeiros passos para isso acontecer.
“Possuímos algumas dúvidas que precisam ser esclarecidas sobre o quantitativo de jogos, mas dependendo da interpretação, é necessário ter três clubes. Dois não bastam. Vamos tirar dúvidas com o Governo do Estado no próximo dia 27. Esse é um, mas outros temas vão precisar de explicações. No dia 27 vamos poder questionar, tirar dúvidas ou solicitar reparos e emendas no processo de licitação. Essa é uma proposta inicial do Governo do Estado”.
A principal dúvida quanto ao edital é o número mínino de 70 jogos por temporada, tendo ainda a obrigatoriedade de 54 delas serem de “Campeonatos Brasileiro da Série A e/ou B e da Copa do Brasil e das principais competições internacionais, assim consideradas a Copa Libertadores da América e a Copa Sul-Americana, ambas organizadas CONMEBOL”. Para Osório, esse trecho do documento gerou algumas dúvidas.
“Os 70 jogos já imaginávamos. Agora as regras para formar os 70 jogos, geraram algumas dúvidas de compreensão. O edital é bastante complexo, grande e ainda estamos no primeiro dia. Ainda é prematuro emitir qualquer julgamento. O Vasco criou um grupo de trabalho envolvendo o financeiro, jurídico e o marketing para analisar o edital e modelar uma proposta de interesse do clube. Então ainda está cedo”.
Por conta do Maracanã, a atual gestão do Vasco se aproximou do Flamengo, com o intuito de firmar uma parceria na concessão do estádio. Atualmente o Fluminense é parceiro do Rubro-Negro na administração. Na visão de Carlos Osório, os quatro grandes precisam estar juntos nesta nova licitação.
“O Vasco entende que o Maracanã pertence ao povo do estado do Rio de Janeiro. Consequentemente aos quatro grandes clubes de futebol e o Vasco vai conversar com os outros três para participar desse processo. O Vasco entende que o processo ideal tem que contar com a participação de todos”.
Por conta das dívidas, o Vasco não possui as Certidões Negativas de Débitos (CNDs), o que impossibilitaria uma parceria com o Governo do Estado. No entanto, essa questão não seria problema, como explica Carlos Osório.
“Estamos analisando o edital e estudando as melhores maneiras de participar, nas regras que estão colocadas, avaliando também a possibilidade de sugerir algumas mudanças nessas regras. É fato que o Vasco, assim como Botafogo e Fluminense não possuem as CNDs. O Vasco está trabalhando para regularizar as suas contas para poder ter, mas hoje não tem. Porém isso não impede a participação do clube através de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) ou de um consórcio. Isso (CNDs) não é um impeditivo para participar do certame. Esse é um dos pontos que serão levados à discussão no dia 27”.
E São Januário?
O 1º VP geral do Vasco, Carlos Osório, explicou os motivos que fazem o Vasco querer administrar o Maracanã, mesmo tendo estádio próprio.
“O Vasco entende, como visão estratégica, que o melhor modelo para mandar os seus jogos é um mix entre Maracanã e São Januário, claro com o estádio reformado. O Vasco é o único que dispõe de estádio próprio e isso dá a ele uma vantagem competitiva muito grande frente aos seus rivais. Mas ter o Maracanã é muito importante. Maracanã é a principal praça do futebol mundial, um estádio para mais de 70 mil pessoas e o Vasco construiu a lenda do Maracanã com os outros clubes, foi o primeiro clube campeão da Era Maracanã e entende que vai ter a melhor oferta de estádio no Rio de Janeiro, para os seus jogos e seus torcedores. Isso dará ao clube uma força comercial bastante interessante”.
O Vasco tem no papel um projeto para reformar e modernizar São Januário e a concessão do Maracanã vai ajudar a colocar as obras em prática. Para Osório, os dois processo podem caminhar juntos.
“Ela na verdade pode ajudar a facilitar a reforma, principalmente no período em que o Vasco estiver em dificuldades por conta da reforma, a ter uma sequência de jogos no estádio. São dois processos independentes, um é um processo licitatório e o outro se trata de um processo de viabilização financeira para uma reforma. São processos que podem andar em paralelo, sem um atrapalhar o outro”.