Criticado por candidatos de oposição ao se unir à chapa do vice-presidente licenciado Fernando Horta, abrindo mão de sua candidatura nas eleições do Vasco, o presidente do Conselho Fiscal, Otto de Carvalho, diz ter recebido os ataques com estranheza. A união entre Otto e Horta foi anunciada na noite de segunda-feira, e imediatamente criticada por Julio Brant, da "Sempre Vasco", e Alexandre Campello, da "Frente Vasco Livre".
Os quatro haviam lançado, nos últimos meses, candidaturas contra o presidente Eurico Miranda, que tentará a reeleição em 7 de novembro. Antes da união entre Otto e Horta, as chapas chegaram a debater a formação de um bloco único de oposição. Na segunda-feira, porém, veio à tona um racha na oposição: Brant afirmou que Otto e Horta estão "juntos com Eurico", por terem participado da atual gestão, enquanto Campello classificou esta chapa como "de situação".
- Não sei de onde acham que nossa chapa é de situação. Rompi com Eurico - argumenta Otto, que defende uma transformação gradual no Vasco, fazendo eco ao nome da chapa de Horta ("Mudança com segurança"):
- A situação do Vasco é difícil. Mas ninguém vai conseguir mudar de oito para oitenta da noite para o dia.
Em nota oficial, divulgada nesta terça-feira, a chapa de Fernando Horta afirmou que segue buscando uma união entre todas as chapas que concorrem contra Eurico, "sem prepotência e com o Vasco acima de tudo", e alfinetou a postura de Brant e Campello.
"Vamos lutar por essa união até o fim, em prol do Vasco. Ainda que essa palavra tão forte, a 'união', seja tão incômoda para quem até agora não conseguiu entender seu real significado", diz um trecho da nota.
Otto classificou a reação de Brant e Campello como "imaturidade política", mas não descartou uma união entre todas as chapas que concorrem contra Eurico. Para o presidente do Conselho Fiscal, Eurico tem grandes chances de ser reeleito caso enfrente mais de uma chapa de oposição.
Brant e Campello ainda mantêm conversas bilaterais na tentativa de unir suas chapas, mas ainda não decidiram se o método para decidir o "cabeça" seria uma pesquisa ou a realização de prévias. Segundo Otto, ambos teriam lugar numa eventual administração de Horta, embora deixe transparecer certo ressentimento pelas críticas.
- Já até pedi ao Horta que, se eleito, chame o Brant para ser vice-presidente de marketing. Acho que o Vasco está precisando de um marketing, e ele se vende muito bem. Já o Campello poderia atuar no clube dentro da área dele, que é médica - explicou Otto.