Os jogadores do Vasco ganharam uma grande motivação para o jogo decisivo de domingo (2), contra o Ceará, no Castelão. A diretoria pagou os salários de outubro, na última quarta-feira (28). O pagamento caiu na conta com um atraso de oito dias, já que o acordo é acertar o mês até o dia 20. A demora aconteceu por conta de uma penhora de quase R$ 22 milhões a favor do escritório de advogacia Barreira de Oliveira Consultoria Jurídica Esmpresarial. O Vasco conseguiu reverter esse quadro, o que possibilitou obter mais uma parte do empréstimo de R$ 38 milhões.
Esse montante está sendo usado exclusivamente para pagamento de salários. No entanto, os funcionários não receberam, apenas os jogadores de futebol. Essa situação causou um mal-estar dentro do clube, já que a diretoria priorizava acertar primeiro com quem ganha menos. Em contato com alguns trabalhadores, o clima é de insatisfação.
“Eu estou chateado e o pessoal aqui está muito p* da vida. Alguns funcionários faltaram, alegando que o vale-transporte não recarregou. Estamos trabalhando pelo clube e quem é vascaíno acaba fazendo vista grossa, porém tem pessoas que estão saturadas. Ficam pegando dinheiro emprestado com um, com outro, e isso desgasta muito”, disse um funcionário que não quis se indenticar temendo algum tipo de represália.
Atletas de outras modalidades também não receberam salário, como contou um outro trabalhador do clube.
“Parece que pagaram o futebol e os acordos trabalhistas. Não são só os funcionários que estão atrasados. Tem atletas de outros esportes que também estão passando por dificuldades”.
Maior tempo de atraso e nenhuma satisfação
Quando o empréstimo foi aprovado pelo Conselho Deliberativo, em setembro, os funcionários esperavam ter um final de ano tranquilo financeiramente. Entretanto o atraso atual é o maior durante todo o ano, como afirmou mais um funcionário.
“Antes eles estavam pagando até antes. Em setembro caiu no dia 6, antes do feriado. Agora já atrasou pra caramba. Fica complicado. O pessoal entendia porque sabia que o clube estava sem dinheiro. Mas falaram que com o empréstimo iria normalizar. Só que isso não vem acontecendo e o salário de outubro já é o maior atraso do ano. Ninguém dá uma satisfação”.
Atrasos nos últimos meses é normal no clube. No entanto, para o trabalhador, essa questão não é motivo para fazer corpo mole, porém os esforços não são reconhecidos.
“Todo final de ano é assim. Foi prometido que o clube estaria sanado até o final de 2018, mas não é isso que está acontencendo e o pessoal está muito chateado com essa situação. Eu trabalho da mesma forma com os salários atrasados e outras pessoas também fazem isso, porém isso não é reconhecido”.
Todos os funcionários que conversaram com a reportagem, descartaram entrar em greve, mas confirmaram que muitos colegas de trabalho faltaram nesta quarta-feira.