Alcesandro marcou, na goleada contra o Bangu, seu primeiro gol com a camisa do Vasco.
Em entrevista ao repórter Gustavo Penna, da Super Rádio Brasil, Lela, ex-centroavante campeão brasileiro de 1985 pelo Coritiba e pai de Alecsandro e Richarlyson, do Atlético-MG, comentou o tento do filho e pede à torcida paciência com o jogador:
- Eu assisti pela televisão e gostei da movimentação dele, saindo bastante da área, fazendo tabela com os outros atletas. O importante para um atacante, e eu, como atacante, sei disso, é fazer gols. E ele conseguiu o objetivo. Agora, o mais importante é ganhar mais entrosamento com os companheiros, à base dos treinamentos, à base dos jogos, para poder ser aquele Alecsandro que ele sempre foi, um Alecsandro goleador.
Evolução do entrosamento fará diferença para Alecsandro?
- Com certeza. E também a adaptação. Ele nunca tinha jogado por um clube do Rio de Janeiro. Eu creio que a torcida tem que ter um pouquinho de paciência com ele. É um futebol completamente diferente. Eu joguei em São Paulo, joguei no Rio, e sei como é. Mas ele é um jogador de personalidade forte, deve se adaptar muito rápido. Acho que a sequência de jogos para ele, Copa do Brasil, Campeonato Carioca, devem ajudar muito. Espero que ele rapidamente possa fazer os gols para ajudar ao Vasco a conseguir os títulos.
Como Alecsandro vem se sentindo no Rio sobre a mudança de ares?
- Ele está se sentindo bem. Ele falou para mim que precisava mudar um pouco. No Rio de Janeiro, ele tem o Deco, seu cunhado. O Deco também está ajudando, está levando ele para ver apartamento, para ver casa, para ver as coisas, ensinando a ele como é a vida no Rio de Janeiro. Tenho certeza de que ele vai aprender rapidamente.
A carência da torcida por um centroavante de referência pode fazer de Alecsandro ídolo no Vasco?
- Graças a Deus, onde o Alecsandro passou, ele sempre foi bem recebido pela torcida, a aceitação foi sempre ótima. No Vitória da Bahia, no Cruzeiro, no próprio Internacional. Sempre fazendo gols. Lógico que ninguém agrada a todo mundo, mas eu espero que no Vasco, como a aceitação dele foi muito boa pelos jornais, pela televisão, pela própria torcida, a gente espera que a gente possa um ídolo. Como o Roberto Dinamite, não, mas possa ser um ídolo da torcida vascaína.
Até que ponto a proximidade de Deco pode ajudar Alecsandro?
- Enquanto ele não arruma apartamento, a esposa dele deve estar ficando na casa do Deco. O Deco estava ajudando ele a procurar os apartamentos. Isso é muito importante. Espero que ele arrume logo para se firmar logo no Vasco da Gama e ser um dos grandes artilheiros do time.
Por que Alecsandro não conseguiu se firmar no Internacional?
- Eu precisei jogar oito anos no Coritiba para ser reconhecido. O futebol é completamente diferente, o estilo de jogo é completamente diferente. É um torcedor, diferente, os clubes são diferentes. Eu passei tudo isso para ele, eu joguei oito anos no Coritiba e ainda saí de lá com uma porcentagem grande da torcida não gostando de mim. Mas isso não foi problema para ele, não. Ele saiu, ficou satisfeito. Saiu pela porta da frente, isso é muito importante. Deixou várias amizades, com jornalistas, com diretores, com torcedores. Quem sabe até um dia ele pode votar para o Internacional?
O primeiro objetivo de Alecsandro, então, é conquistar a torcida do Vasco?
- Tem que se preocupar com o torcedor, mas tem que fazer gol. Quanto mais ele estiver fazendo gol, o torcedor tem que engolir. É assim em qualquer lugar, em qualquer profissão. Ele tem que fazer gol. Fazendo gol, tenho certeza de que ele vai se dar bem.
Lela ainda sonha ver os dois irmãos jogando juntos?
- Com certeza. O Alecsandro tem 30 anos, o Richarlyson tem 28. Tem muita lenha para queimar. Ainda os veremos jogando juntos, com a graça de Deus.