Futebol

Parabéns, filho da Dona Lita

No dia em que completa 41 anos, Romário pode ganhar um presente inesperado: a liberação da Fifa para jogar o Carioca pelo Vasco. A entidade máxima do futebol já acena para a sua liberação, decisão que pode ser confirmada ainda hoje. Enquanto o referendo não vem, Romário deve comemorar a data com a família, sonhando com o milésimo gol.

Mudanças e grandes reviravoltas sempre fizeram parte da vida de Romário de Souza Faria. Desde pequeno, o garoto miúdo, nasceu com apenas 1,800 kg e 43 centímetros, aprendeu a driblar adversidades. Lutou muito para superar uma bronquite crônica curada à base de remédios e de muita simpatia. É o que garante Dona Lita, a mãe do craque.

Em uma entrevista ao Jornal dos Sports, em sua aconchegante casa, em Jacarepaguá, a mãe do Baixinho abriu o coração para falar com orgulho do filho famoso. Tendo em mãos as fotos do arquivo do JS, de vários momentos da carreira do jogador, ela se emocionou.Viu sua vida difícil em cada foto.

Relembrou com carinho os primeiros passos do Baixinho nos campinhos da Vila da Penha, quando jogava pelo Estrelinha; revelou que Romário recebeu esse nome porque um radialista sempre dizia: \"Romário, o homem dicionário\" e ela e seu Edevair queriam que ele um dia fosse importante e, principalmente, que mesmo hoje, quando o craque se encontra em apuros busca no colo de mãe o carinho e o conforto.


A bola, companheira de berço — “Quando nasceu, o pai dele o colocava ainda bebezinho dentro de um balaio grande e amarrava uma bola na ponta. E o Romário só brincava chutando-a. Dava um chute e depois caía sentado. O pessoal que chegava para visitá-lo em casa achava muito divertido. Acho que a paixão dele pela bola começou aí.”

Nos tempos do Estrelinha — “Estrelinha é um bocado bom. Saíamos muito e posso dizer que ele sempre foi o maior goleador do time, não fazia menos de seis gols. Inclusive, teve um jogo que fez nove. Muita gente nos ajudou nesse período. Incluindo o seu Jerônimo, que depois foi o técnico do time. Aí, começamos a fazer excursões. Até hoje, existem algumas pessoas do Estrelinha com as quais mantemos contato, como o Dé, irmão mais velho do Edevair, minha cunhada. Éramos todos vizinhos, amigos. Uma família maravilhosa, que eu adorava.”

Vida difícil — “Nossa vida foi muito sacrificada, mas valeu a pena. O Romário e o irmão Ronaldo iam para o treino, mas havia dias que nós não tínhamos dinheiro da passagem para os dois. Então, ia só ele. Passei muitas dificuldades, quando ele ainda era bem pequenininnho e ficava com a inquilina da gente para que eu pudesse montar a barraca de festa junina que nos ajudava a aumentar a renda lá em casa. Eu dava uma passadinha lá de vez em quando e voltava correndo pra festa. A casa que nós montamos lá na Vila da Penha foi toda com o dinheiro que conseguímos ganhar nas barracas das festas. Mas era uma época animada à beça.”

Romarinho, o neto — “Estava lá quando o Romarinho fez o primeiro gol dele no América. Estou torcendo para que ele siga o caminho do pai. Mas estou achando meio difícil, porque naquele tempo as pessoas corriam mais atrás. A Monica e o Romário também estão doidos para que ele dê certo e surja um novo Romarinho. Ele fala pra mim que está treinando no Vasco-Barra, mas tem um garoto aqui que treina lá e diz que não vê ele. Vai ver ele puxou o pai e não gosta muito de treino não. Aí eu falo pra ele: Romarinho, você tem que treinar. Seu pai já está velho, já cansou. Mas você ainda tem muito pela frente e quando chegar no estágio dele, aí você dá uma de Romário. O garoto já tem o gênio do pai, muito nervoso, igualzinho mesmo.”

Olho de mãe — “Quando ele está chateado, sei logo. Não gosta de muito papo, fica quieto, aí eu já sei. Mas quando está bem a gente vê de longe. Já chega em casa cantando, me chamando e não pára de falar. Eu achava que todas as mães deveriam ter a sorte de ter um filho ídolo como o Romário. Mas, infelizmente, sei que é possível.”

Fifa — “Ainda não o vi depois de a Fifa tê-lo impedido de jogar. Nem liguei pra ele porque eu sei que deve estar muito nervoso. Eu acho que a Fifa foi muito ingrata. Pois ele fez muito pelo futebol do Brasil e mundial. Eles poderiam dar uma colher de chá pro caso dele. Mas se não deram a chance a ele, não vão poder dar a nenhum outro. Senão vou colocar eles todos em cana. Mãe é mãe.” (A declaração foi dada antes de a Fifa acenar para uma possível liberação do Baixinho)

Futuro — “Não tem como prever alguma coisa porque não sei o que ele vai fazer daqui pra frente. Mas como mãe só posso desejar que ele seja muito feliz e que invente uma coisa boa para fazer depois de parar, pois com esse monte de filho, tem um monte de pensão pra pagar por aí.”

Milésimo — “Se Deus quiser, ele ainda vai chegar aos mil gols. Enquanto não pode jogar, vai ficar treinando, jogando pelada, futevôlei, que é o que ele gosta. Ele quando parar de jogar profissionalmente vai continuar com as peladas. Mas técnico eu acho muito difícil. Como ele vai treinar os jogadores se não gosta de ir pro treino?”

Fonte: Jornal dos Sports
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Jogos
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Gols
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Cartões
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