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Parecer mostra que complexos esportivos não podem ser demolidos

Em outubro de 2012, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assinou um parecer em que concretizava o destombamento do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamari que, a partir de então, deixaram de ser considerados um bem cultural para a cidade. Equipamentos esportivos integrantes do complexo do Maracanã, as instalações serão postas abaixo por uma série de motivos: não agregam valor ao tombado estádio do Maracanã, impedem o cumprimento de uma exigênica da Fifa - que cobra dos estádios capacidade de escoamento do público em até oito minutos -, além de dificultarem uma boa visualização do Maior do Mundo.

Contudo, esses três pontos que defendem a demolição dos dois aparelhos esportivos não se sustentam, afirma o defensor público da União, André Ordacgy, que está na linha de frente no combate à derrubada do Célio de Barros e do Julio Delamari. Para isso, o promotor está munido de três documentos aos quais o Yahoo! Esporte Interativo teve acesso com exclusividade.

O primeiro, datado de 4 de fevereiro de 1997, é um memorando do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que decreta o tombamento do estádio Mário Filho e a criação de uma poligonal de proteção no entorno do Gigante de Concreto, que abrange a pista de atletismo e as piscinas, além do Maracanãzinho. Porém, tal determinação foi ignorada pela Superintendência do IPHAN no estado do Rio de Janeiro, para revolta e incompreensão de Ordacgy.

\"A coisa chegou a um absurdo tal que a Superintendência do IPHAN-RJ contrariou a decisão do Conselho Consultivo do IPHAN, que decidiu pelo tombamento do estádio e seu entorno. Nunca se viu antes, em termos de administração pública, um órgão hierarquicamente inferior se sobrepor a um superior\", afirmou o defensor público, que vem tentando impedir as demolições por meio de liminares concedidas pela Justiça.

Já o segundo documento é um parecer do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RJ) em que a instituição garante, com base inclusive no uso de seis décadas do Maracanã, a possibilidade de escoamento do público nos oito minutos exigidos pela entidade máxima do futebol. Aliás, o CREA afirma que a construção de duas rampas extras na última reforma deixam o estádio em situação cômoda para cumprir tal pedido da Fifa.

Além disso, o conselho relembra em seu ofício encaminhado ao defensor público que dois escritórios de arquitetura - Steer Davies Gleave e Burle Marx - realizaram projetos em que tanto o Célio de Barros quanto o Julio Delamari são mantidos em seus atuais lugares sem impedimento à circulação dos torcedores.

CREA garante escoamento do público com estádios mantidos e rampas extras.

Em relação às dificuldades de visualização do Maracanã que a existência dos dois equipamentos gera, Ordacgy é incisivo e contra-argumenta a tese apoiada pelo Governo do Estado, lembrando que ali serão erguidos dois edifícios-garagem de altura possivelmente maior que os atuais aparelhos.

\"Que visibilidade terá o Maracanã com a construção desses dois elefantes ao seu redor? Um detalhe: o IPHAN-RJ autorizou a demolição sob o argumento de que o Célio de Barros e o Júlio Delamari atrapalhavam a ambiência e a visibilidade do estádio\", rebateu André Ordacgy.

Brasil oferece quatro vezes menos locais de treino que Londres

Além das questões jurídicas e arquitetônicas, um outro ponto depõe contra a demolição da pista de atletismo e do parque aquático. Eleito sede das Olimpíadas de 2016, a cidade do Rio de Janeiro, na avaliação de Ordacgy, não pode prescindir da presença de tais equipamentos.

Munido de ofício encaminhado pela Federação de Atletismo do Rio de Janeiro (FARJ), o defensor público apresenta números que deveriam acender o sinal de alerta nos membros do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2016 (COJO). Segundo o documento, o órgão conseguiu listar 176 equipamentos esportivos em todo o Brasil que ficaram à disposição dos atletas olímpicos para receber treinos.

Como comparação, apenas a cidade de Londres, que sediou os últimos Jogos Olímpicos, em 2012, ofereceu aos competidores 600 instalações para treinamento num raio de 25km da Vila Olímpica, número cerca de quatro vezes superior ao caso brasileiro. Existem aparelhos localizados no Pará que estão listados, mas que só devem aumentar caso o Célio de Barros e o Julio Delamari de fato venham abaixo, apesar da resistência e das provas em mãos da Defensoria Pública da União.

Fonte: Yahoo Esporte Interativo
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