Quinta-feira, outono, noite agradável, joguinho em São Januário, Vasco com a vaguinha na mão. Melhor impossível. O único problema é que eu me remeti aos tempos de moleque e lembrei que quando falava em ataque vascaíno, falava na dupla Ro-Ro, dos espetaculares Roberto e Romário. Ontem eu tive de ver a dupla Val-Val, dos impagáveis Valdiram e Valdirgly, o Valdir Papel.
Que dá tristeza, dá, mas como águas passadas não movem moinhos, eu desarmei o espírito e tive boa vontade com os rapazes. Eles é que não tiveram comigo. Esforçaram-se, é bem verdade. Correram uma barbaridade, trombaram com a zaga adversária, mas não me fizeram levantar da cadeira um minuto.
O jogo até que não foi de todo ruim, esteve movimentado, brigado, mas só com uma única emoção, que é o que vale: a do gol.
Para não ser injusto, houve uma boa jogada, de Athos, no fim do primeiro tempo, uma bola cabeceada por Ratinho, que acertou a trave, e outra bonita jogada de Alex Sandro, que também acabou na trave do goleiro Cássio, ambas na segunda etapa. Mas o Criciúma, apesar de estes lances fazerem parecer que estava bem, não merecia grandes coisas, não. A torcida vascaína não merecia mais um Baraúnas ou 15 de Campo Bom na noite de ontem. Nem eu.
São Genaro, então, foi misericordioso comigo, que já estava ficando entediado com o jogo e colocou Ramon para fazer o que Roberto fazia antigamente. Uma faltinha na entrada da área para o Dinamite era, como dizia meu pai, meio gol. Para o Bob, aquilo era mais que pênalti. E assim foi para Ramon, que meteu a chapeleta na criança e ela foi dormir no ninho da coruja, como fazia Bob.
No fim da noite, voltando para casa, já com mulher e filhos dormindo e a companheira insônia me dando mole, peguei a revista da série \"Grandes Clubes\" aqui do LANCE! e dei uma paquerada na dupla Ro-Ro, Geovani, Mauricinho, Mazinho... Era muito mais bonito que Valdiram e Valdirgly, mas tudo bem. Quinta-feira, outono, noite agradável, joguinho em São Januário, Vasco classificado. Já foi pior também. Bem pior.