O domínio exibido pelo Flamengo sobre o Vasco na primeira partida da decisão do Estadual, domingo, reflete o desgaste instaurado dentro do vestiário de São Januário. Parte dos jogadores e os comandantes do departamento de futebol já não falam mais a mesma língua.
Atletas como Yago Pikachu afirmaram publicamente que faltou vibração ao time na derrota por 2 a 0, no Nilton Santos. Aspecto que já tinha sido criticado duramente pelo presidente Alexandre Campello após a partida contra o Bangu, ainda pela Taça Rio, quando o Vasco por pouco não foi eliminado. Na ocasião, ele cobrou empenho e reforçou o apoio ao trabalho do diretor Alexandre Faria e do técnico Alberto Valentim.
O estresse dos dois com alguns nomes do elenco existe. O afastamento de Thiago Galhardo foi uma tentativa de retomar o controle do grupo e mandar uma mensagem aos demais. Nomes como Fernando Miguel e Werley despontam como os principais defensores do trabalho atual. Maxi López, entre idas e vindas na equipe titular, é um dos mais desgastados com Faria e Valentim.
O atacante argentino está na mira do Santos. A decisão da diretoria de negar o aumento salarial pedido pelo jogador pesa, e os jogos contra o Peixe, nesta quarta, pela Copa do Brasil, e contra o Flamengo, domingo, poderão ser os últimos dele pelo Vasco. A rescisão via ação judicial, por causa dos salários atrasados, chegou a ser cogitada por Maxi.
O pagamento dos atrasados, semana passada, havia esvaziado um pouco o discurso dos descontentes, mas a atuação apática diante do Rubro-Negro trouxe o problema de novo à tona. Valentim evitou fazer críticas diretas a um ou outro jogador. E tenta juntar os cacos para a partida na Vila Belmiro.