Desde que assinou o primeiro contrato de patrocínio com o Botafogo em 2011, o empresário Neville Proa se tornou um dos principais investidores do futebol carioca. Em quatro anos, o dono da Viton 44 (empresa que produz as bebidas Guaravita, Guaraviton e Mate Vitton) injetou um total de cerca de R$ 110 milhões divididos entre os quatro grandes do Rio de Janeiro.
O investimento que fez com que a empresa ganhasse divulgação nos últimos anos, no entanto, parece não estar compensando tanto atualmente. A Viton 44 tem três contratos de patrocínio em vigor em 2015: paga R$ 20 milhões ao Flamengo, R$ 16 milhões ao Fluminense e R$ 7 milhões ao Vasco. O retorno dos R$ 43 milhões investidos numa só temporada, porém, é considerado baixo pelo empresário, que pensa em desistir de sua aposta no mercado publicitário esportivo.
"A nossa finalidade de patrocinar é aumentar nossas vendas. As vendas funcionam quando o povo tem dinheiro. Do jeito que está essa situação, esses roubos, a situação está uma droga no país inteiro. Nunca passamos tanta necessidade, em todos os setores, até no próprio futebol. As pessoas não têm dinheiro nem para pagar para assistir. Então, estamos aguardando dias melhores. Na minha cabeça, hoje, nem pensar ano que vem [em investimentos]", disse Neville à Rádio Brasil.
Apesar da vontade de deixar o futebol, a Viton 44 já tem compromissos para a ano que vem com Fluminense e Vasco. Os acordos assinados com os dois clubes vão até o fim de 2016, com direito a aumentos nos valores. Já o Flamengo deve mesmo ficar sem o patrocinador caso Neville mantenha a decisão até dezembro.
Até hoje, o maior beneficiado pela entrada da Viton 44 no futebol foi o Botafogo. O Alvinegro recebeu cerca de R$ 64 milhões entre 2011 e 2014. Curiosamente, no entanto, o time de General Severiano é o único a não ser patrocinado pela fabricante de bebidas atualmente. O empresário se desiludiu justamente com a diretoria comandada por Maurício Assumpção, que o convenceu a investir no ramo há quatro anos.
Além dos grandes, a Viton 44 também patrocinou clubes como Volta Redonda e Madureira, além de dar nome à edição do Campeonato Carioca do ano passado. O investimento serviu para alavancar as vendas da empresa, que chegou até mesmo a ampliar a sua produção para atender a demanda de outros estados.