Futebol

Paulinho cita 'pior ano' da carreira e festeja convocação para Olimpíada

O atacante Paulinho viveu, entre 2020 e 2021, o "pior ano" de sua carreira como jogador de futebol, como ele mesmo definiu em entrevista exclusiva à TNT Sports. Apesar disso, no fim da temporada 2020/21, conseguiu voltar a jogar depois de uma grave lesão no joelho e, neste mês, foi convocado para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

A "volta por cima" foi complicada. Em 30 de junho de 2020, Paulinho rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e também teve lesões no menisco e na cartilagem do joelho. Dessa forma, a recuperação total levou 11 meses. Ele só voltou a ser relacionado para uma partida do Bayer Leverkusen em 15 de maio deste ano e voltou a jogar na última rodada da Bundesliga, no dia 22 de maio.

Por conta dessa ausência dos gramados, Paulinho define o período como o pior ano que passou, destacando que teve de focar sempre na recuperação para garantir que não se deixaria abater pela lesão complicada.

"Foi o pior ano que vivi desde que comecei a jogar futebol. A gente, como jogador, nunca pensa em passar por esses momentos, ainda mais com uma lesão gravíssima como a que tive no joelho. Desde o primeiro momento, eu procurei focar na solução, que era a recuperação. Me dediquei ao máximo no tempo em que podia treinar, buscar a melhora dos movimentos da perna, para poder ter o foco somente nessa solução e não deixar que nada de fora pudesse atrapalhar. Foquei nesse objetivo e foi cada vez melhorando mais."

Eu me apeguei muito à minha família, que me deu muito suporte e apoio. O que eu precisava era focar na solução e a solução era me recuperar, então não tinha para onde correr. Não podia ficar lamentando. Quando foquei na recuperação, consegui me sentir melhor. Tentei esquecer o que passou, o que foi a lesão. A minha família ajudou muito, me dando apoio e suporte."

Apesar de ter feito só uma partida no último ano, Paulinho garante que se sente bem fisicamente e que a falta de ritmo de jogo não será um problema para ele durante a Olimpíada. O atacante está entre os 18 convocados por André Jardine para o torneio.

"Até o médico que me operou falou, quando fui fazer a cirurgia, que pelo meu porte físico, a recuperação seria mais tranquila. O porte físico ajuda muito. Você tendo força nos músculos, ajuda as articulações. Foi uma recuperação boa, rápida e me senti muito bem quando voltei. Na Europa, a gente treina com muita intensidade, muito parecido com a hora do jogo. Então isso faz com que nosso retorno fique mais fácil e a adaptação seja mais tranquila."

Sonho realizado e "alívio" por convocação: a missão de Paulinho agora é o ouro olímpico

Os Jogos Olímpicos de Tóquio teriam acontecido em 2020, mas foram adiados em um ano por conta da pandemia da COVID-19. Paulinho, que sempre figurava nas convocações de André Jardine, técnico da Seleção sub-23, virou dúvida para o torneio por conta de sua grave lesão. Ainda assim, foi convocado para os Jogos, que começam no dia 23 de julho. Até mesmo o atacante do Leverkusen não tinha certeza se seria convocado.

"Num primeiro momento, a gente tinha dúvida. Para mim, era 50/50. Podia ser convocado ou não por causa do ano que passei. Mas, no momento [da convocação] foi um alívio, porque esse um ano foi de um processo muito doloroso, muito intenso, por causa da recuperação."

Não é fácil para um jogador de futebol, que está acostumado a jogar, ficar parado quase 11 meses. Então, num primeiro momento foi alívio e fiquei muito feliz pelo staff da Seleção ter confiado no meu potencial. Espero que possa retribuir nas Olimpíadas, ajudando o time a conquistar o ouro olímpico."

Além disso, Paulinho confessa que jogar Olimpíada traz um sentimento diferente e afirma que vestir a camisa da Seleção nos Jogos Olímpicos será a realização de um sonho.

"Com certeza [é diferente]. Caiu a ficha, mas todo dia eu me pego pensando que vou jogar uma Olimpíada. Desde que saiu a convocação, eu fico pensando nisso. Sempre foi um sonho, assim como a Copa do Mundo é um sonho para todos os jogadores. Então, eu realmente fico pensando e sei que é uma competição de extrema importância. O que eu mais sonho é estar na final, conquistando a medalha de ouro."

A geração que disputará Tóquio-2020 terá uma missão inédita: a de tentar defender o título olímpico, conquistado pela primeira vez na Olimpíada do Rio, em 2016. Para Paulinho, a responsabilidade é parecida com a que já existiria normalmente, mas ele indica que não deve existir pressão a mais por conta desse fator.

"Eu acho que a responsabilidade nunca foge da gente. Acho que temos de focar no trabalho que devemos fazer para ganhar e, jogo a jogo, ir atrás do objetivo que é ganhar o ouro."

Cada um sabe da sua responsabilidade, mas acho que a gente não pode colocar essa pressão, porque isso pode acabar atrapalhando. Ninguém gosta de trabalhar sob pressão. Isso é ruim para qualquer pessoa. Mas todos sabem que o Brasil sempre briga por títulos e é isso que vamos fazer."

Na estreia, o Brasil enfrentará a Alemanha, vice-campeã olímpica em 2016, vice-campeã da Copa do Mundo em 2002 e algoz do Brasil na Copa do Mundo de 2014. O confronto, que tem muita história, é definido como especial pelo atacante.

"A gente sabe que Brasil x Alemanha é um clássico mundial. Já disputaram final de Olimpíada, final de Copa do Mundo. Eu mesmo já joguei contra a Alemanha em quartas de final de Mundial sub-17 e ganhamos com gol meu. Então realmente tem um gostinho especial, é uma seleção que também tem muita grandeza. E a gente espera trabalhar bastante na preparação para chegar na estreia e ganhar o jogo, porque a gente sabe que vai ser muito difícil."

Por fim, a mensagem de Paulinho para os torcedores da Seleção, a um mês da Olimpíada, foi sucinta, mas bem clara: "Em meu nome e em nome do grupo, posso dizer que vamos dar nosso melhor para fazer um bom trabalho nesse processo de preparação, para poder chegar na final e conquistar a medalha de ouro. Acho que a gente merece isso e a torcida do Brasil também, por estarem dando todo o suporte e apoio para a gente, mandando muita energia positiva".

Fonte: TNT Sports
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