Não é mera retórica dizer que Paulo Autuori acertou com o Vasco sem se preocupar com o lado financeiro. Nesta quinta-feira, técnico e diretoria chegaram a um consenso a respeito de seu contrato com o clube. O documento, que deverá ser assinado até segunda-feira, prevê compromisso até o dia 31 de dezembro de 2014 e salários de R$ 250 mil mensais, bem abaixo dos R$ 770 mil por mês que recebia no comando da seleção do Qatar.
Muito distante dos R$ 700 mil de Abel Braga, do Fluminense, e atrás dos R$ 380 mil de Oswaldo de Oliveira, do Botafogo, e dos cerca de R$ 300 mil de Jorginho, do Flamengo, Autuori topou o desafio de assumir o Vasco muito em função da autonomia que lhe foi dada para gerenciar os rumos das categorias de base de São Januário.
Ao lado do diretor técnico Ricardo Gomes, o treinador terá liberdade para criar uma filosofia de jogo padronizada para todas as divisões inferiores e o time principal. Além disso, terá a missão de avaliar e escolher os treinadores para todas as categorias menores.
Esse trabalho tem tudo para dar certo. É claro que dará frutos a longo prazo, mas a ideia é que o jogador da base já saiba como o time profissional joga explicou o diretor executivo René Simões.
Em meio à animação com o começo de trabalho de Autuori, alguns problemas ainda estão sem solução. Jogadores e funcionários passarão a Páscoa sem receberem os salários de janeiro e fevereiro. Até ontem, a diretoria ainda não havia obtido os recursos para pagar pelo menos um mês. A pendência vai se arrastar até a próxima semana.
Sem dinheiro, o Vasco procura internamente soluções para o elenco. Nesta quinta-feira, o meia Enrico, que estava fora dos planos e vinha treinando separadamente, foi reintegrado e participou do trabalho em São Januário. O jogador reaparece para tentar amenizar a carência no setor de meio-campo.