Dez dias de trabalho à frente do Vasco já foram suficientes para observar que obsessão por marcação e competitividade são as maiores virtudes do estilo de PC Gusmão. Pupilo de Vanderlei Luxemburgo e, acima de tudo, atento à evolução do futebol, o treinador não economiza a voz com os jogadores quando o assunto é ocupar espaços e reter a posse de bola para vencer somente por 1 a 0.
Gritos como \"não põe a bunda no chão!\" (em referência aos carrinhos) e \"jogar com a bola no pé é fácil, até eu, com o joelho ruim, consigo!\" foram muito ouvidos nos treinos. E os números recentes comprovam que o esforço dele para se fazer entender não é da boca para fora. Pelo Ceará, vice-líder do Brasileirão, apenas um gol foi sofrido em sete partidas e de pênalti, na Vila Belmiro, e \"injusto\", segundo PC.
Não se arrisca mais 3 a 2 ou 4 a 3, por exemplo. Tudo mudou, se para melhor ou pior, eu não sei. Mas é reflexo da importância do futebol, ninguém quer perder, é no limite. Temos de estar nessa batida. Veja que os grandes campeões não têm tido, há algum tempo, o melhor ataque, mas sim a melhor defesa. No Brasil, o São Paulo jogou assim no tricampeonato nacional apontou o técnico vascaíno, a respeito das conquistas de 2006, 2007 e 2008.
Até aqui, o Vasco sofreu 12 gols. Sinal de que o clube precisa, de fato, de uma injeção do jeitão PC Gusmão de ver futebol para escapar da vexatória zona de rebaixamento.