A escolha do Vasco em mandar no Estádio Nilton Santos o primeiro jogo contra o Flamengo neste sábado, pela semifinal do Campeonato Carioca, segue tema de discussão. Pedrinho comentou o assunto e disse que não se trata de "birra", nem "arrumar briga".
Em entrevista ao "TNT Sports", o presidente do Vasco explicou que jogar no Maracanã faria com que sua equipe se sentisse visitante, já que o estádio é administrado pelo Flamengo.
"Quando a gente joga como mandante no Maracanã contra o Flamengo, a gente só tem a nomenclatura de mandante, a gente não exerce nenhum processo de mandante", afirmou Pedrinho.
- A gente tem um número de assentos de visitantes, vaga de estacionamento de visitante, vestiário de visitante. E o Flamengo, como visitante, tem os processos de visitante. E a minha equipe se sente visitante num jogo de mandante. O único ponto é que meus jogadores precisam sentir que são mandantes do jogo. Não é birra, não é arrumar briga - completou.
Pedrinho prosseguiu afirmando que a decisão não se baseou numa possível vantagem que o Vasco poderia obter jogando no Nilton Santos ou algo do tipo.
- Em nenhum momento foi colocado "vou jogar no Engenhão porque acho que diminuo qualquer tipo de diferença sobre o Flamengo" que as pessoas estão colocando. "Ah estão apequenando o Vasco". Pelo contrário. A minha posição não está apequenando o Vasco. Pelo contrário, estou dando representatividade à instituição. Porque o Vasco, desde que eu entrei e assumi, não vai acatar decisões, ele vai participar das decisões - explicou o presidente do Vasco.
- Quero ter uma relação ótima com o Flamengo, Fluminense, Botafogo, com a Ferj, CBF. A gente precisa de diálogo, não briga. Como não teve diálogo, eu precisava de um local para jogar. E aí a gente solicitou o Botafogo. Quando a gente mandou o ofício para a Ferj e isso foi divulgado, já era tarde para qualquer tipo de outra situação porque a decisão já estava tomada - concluiu.
Maioria do elenco concordou
Ainda na entrevista, Pedrinho revelou que houve uma consulta ao grupo de jogadores antes de solicitar jogar no gramado sintético do Nilton Santos. E que não houve unanimidade, mas "a maioria" concordou com a decisão da diretoria.
- Quando a gente solicita (ao Botafogo), a gente tem uma consulta técnica. Não é uma decisão só administrativa. A gente está falando de um gramado diferente. Como tem uma decisão administrativa, mas uma interferência técnica, a gente tem que consultar os atletas. E a maioria, grande massa, decidiu pelo Engenhão.
Coutinho em ação pelo Vasco no Maracanã: jogador recentemente se posicionou contra grama sintética — Foto: Matheus Lima
Uma semana antes, Philippe Coutinho, um dos principais jogadores do elenco do Vasco, participou de uma manifestação coletiva de jogadores que se posicionaram contra o uso de grama artificial no futebol brasileiro.
"Quero jogar em São Januário"
O Campeonato Carioca prevê no regulamento que os clássicos tenham torcida meio a meio, e por isso o Vasco não cogitou enfrentar o Flamengo em São Januário. Mas Pedrinho adiantou na entrevista que vai bater o pé para jogar em seu estádio no Brasileirão - normalmente os jogos contra o Flamengo são levados ao Maracanã ou outro local.
- Obviamente que isso é um regulamento da Ferj, de ter torcida meio a meio, então já estava pré-estabelecido que não ia jogar em São Januário porque não tem como dividir meio a meio São Januário. Mas para o Brasileiro, e eu já falei com o meu CEO, Carlos Amodeo, é um desejo meu jogar na minha casa - revelou ele.
- O Vasco tem estádio e o Vasco recebe grandes clássicos de torcidas que nem sempre são amigas. Os clubes conseguem chegar, os ônibus chegam com tranquilidade, não tem briga ao redor do estádio. Por que o Vasco não pode jogar certos clássicos em São Januário? Isso vai ser uma das minhas brigas porque eu quero jogar em São Januário, eu tenho casa, eu tenho o direito de jogar ali. Nesse caso específico da Ferj, não, porque foi assinado um contrato que o estádio teria que ser meio a meio - concluiu.