Ele usa a camisa 10, chama a atenção pela vasta cabeleira, pelos bons passes e já tem o nome gritado pela torcida durante os jogos.
Uma descrição como essa geralmente é concedida aos craques do mundo da bola, mas, em São Januário, o volante Perdigão vem invertendo a lógica e roubando a cena no meio-de-campo vascaíno.
Contratado por indicação do técnico Celso Roth, o volante, antes reserva do Internacional, surpreendeu pelo bom futebol, os passes preciosos e o fôlego na marcação do meio-de-campo. De mansinho e com o jeito bem-humorado, o jogador conseguiu a vaga de titular incontestável e assumiu a camisa que já foi de Roberto Dinamite.
À vontade no clube e com um sorriso largo, Perdigão encara com normalidade a sua rápida adaptação a São Januário. Ele mesmo credita a sua boa relação com a torcida e os funcionários do clube ao seu bom-humor, notório. E mesmo com a responsabilidade já adquirida ao vestir a camisa 10, ele não muda o tom tranqüilo que o caracteriza.
A camisa 10, antigamente, era para os bailarinos. Hoje em dia não existe mais esse negócio de número, até volante usa a 10. Mas procuro ajudar todos aqui no Vasco e não acho que sou o cara, não disse.
No Internacional, Perdigão garantiu já ter usado a camisa 10 e parece ter deixado saudades. No jogo de quarta-feira, ele foi ovacionado pelos torcedores colorados e teve ótima participação na vitória vascaína.
Ontem, em São Januário, várias crianças gritavam o nome do volante o tempo todo. Com a vasta cabeleira, ele virava e acenava para os fãs. E curtia o prestígio: é mesmo o novo camisa 10 de São Januário.