Antes mesmo do final da partida entre Atlético-PR e Vasco, no último domingo, em Joinville, a Polícia de Santa Catarina já trabalhava na investigação da briga generalizada nas arquibancadas do estádio que paralisou o jogo por mais de uma hora. E para dar um passo importante na apuração do caso, os policiais esperam contar com a ajuda dos clubes e de imagens para punir os envolvidos na confusão do duelo pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
Inicialmente, a Polícia pediu imagens de televisão da confusão e de brigas recentes das torcidas de Vasco e Atlético-PR para punir com rigor os reincidentes. O confronto entre vascaínos e corintianos no último mês de agosto, em Brasília, será um dos analisados no caso para uma identificação prévia dos envolvidos nos dois episódios.
Na sequência, os responsáveis pelo inquérito solicitarão a ajuda dos clubes que disputaram a partida em Joinville. A ideia é que Vasco e Atlético-PR possam colaborar na identificação dos membros de organizadas e facilitar o caminho até os "brigões".
"Isso não vai parar por aqui. Vamos descobrir os outros envolvidos através das imagens da imprensa. Estamos atrás dos torcedores dos dois clubes. A Polícia Civil vai responsabilizar esses indivíduos e descobrir evidências. O objetivo é esse: ir ao final dessa história", explicou o delegado Dirceu Silveira, um dos comandantes das investigações do episódio na Arena Joinville.
A pancadaria nas arquibancadas interrompeu a partida entre Atlético-PR e Vasco aos 16min do primeiro tempo. Após mais de uma hora de paralisação, o jogo foi retomado e os paranaenses venceram por 5 a 1. As imagens rodaram o mundo e causaram inúmeras críticas ao país por conta da violência sem limites e proximidade da Copa do Mundo.
Os feridos mais graves foram encaminhados para o Hospital Municipal São José. Com traumatismo craniano, os atleticanos Estevão Viana, 24 anos, e William Batista, 19, e o vascaíno Gabriel Ferreira Vitael, 20, seguem internados e são observados pela equipe de neurologia. Diego Cordeiro da Costa Ferreira, 29, recebeu alta pouco tempo após o jogo.
Três torcedores foram detidos e transferidos para o Presídio Regional de Joinville. São eles: Leone Mendes da Silva, de 23 anos, Jonathan Santos, 29 anos, e Arthur Barcelos de Lima Ferreira, 26. Eles estavam escondidos dentro de um dos ônibus oriundos do Rio de Janeiro e foram presos pela Polícia Militar. O trio responde por tentativa de homicídio, crime contra o patrimônio público e por ferir o artigo 41B do Estatuto do Torcedor (incitar violência no estádio).