Quinta-feira, às 9h, o ônibus do Vasco chega ao Cefan, centro de treinamento da Marinha, na Avenida Brasil, e se depara com várias crianças no local. Insatisfeito em ter que dividir o espaço com a Colônia de Férias, o técnico Paulo Autuori decide não comandar a atividade e sai com os jogadores. O Vasco procura um porto seguro ainda para o Campeonato Brasileiro. E a diretoria está prestes a anunciar o contrato de aluguel para utilizar as dependências do CFZ, clube de Zico, até o final do ano que vem.
O diretor técnico Ricardo Gomes e o técnico Paulo Autuori visitaram as instalações, no Recreio dos Bandeirantes. O acordo está praticamente fechado para que o Vasco use o local - que compreende um campo de dimensões oficiais e vestiários.
A ideia de Autuori é preservar o gramado de São Januário e dar privacidade aos jogadores nos treinos. Mas o retorno ao CFZ comprova a falta de direção política do Vasco. Ano passado, o então diretor de futebol Daniel Freitas acertou para utilizar as dependências do clube de Zico e até fez investimentos na infraestrutura do local. Só que, com a entrada de René Simões, o Vasco abriu mão e foi para o Cefan, da Marinha.
René perdeu o cargo e Ricardo Gomes retomou a ideia anterior, o que agrada os jogadores, que preferem o local de treino, no Recreio dos Bandeirantes, mais próximo de onde a maioria mora. O certo é que Autuori está com a tolerância perto do fim por causa da falta de solução para a crise financeira. Os salários estão atrasados e há a promessa de pagar os dois meses em atraso até semana que vem - um mês a ser depositado hoje e o outro, até a próxima sexta-feira.
Palco de treino das seleções para a Copa das Confederações, São Januário vê o contraste entre astros de primeira grandeza e a crise que fica sob as arquibancadas.
A expectativa do Vasco é de melhora, com a esperança de obter as certidões negativas da Receita Federal e assim tornar o clube viável financeiramente, o que pode ocorrer em breve.