O presidente da Associação Nacional de Árbitros (Anaf), Marco Antonio Martins, criticou nesta sexta-feira o árbitro carioca Gutemberg de Paula Fonseca, que concedeu uma polêmica entrevista após ter deixado o quadro de árbitros da Fifa. As declarações do juiz contra o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), Sérgio Corrêa, não foram bem recebidas pela Anaf. Para Marco Antonio Martins, Gutemberg teve uma \"atitude leviana num momento inoportuno\" ao chamar Corrêa de \"mariquinha, mentiroso e corrupto\".
- Ele só disse essas coisas agora porque perdeu o escudo da Fifa. Assim perde toda a credibilidade, não acreditamos nesse tipo de denúncia. É uma atitude leviana num momento inoportuno - declarou o presidente da Anaf, por telefone, ao GLOBOESPORTE.COM.
À Rádio Jovem Pan, Gutemberg insinuou que Sérgio Corrêa pediu favorecimento ao Corinthians. Segundo o juiz, Corrêa vinha exigindo nos últimos anos que os árbitros telefonassem para ele assim que eram escalados para seus respectivos jogos. Assim sendo, todos recebiam alguma recomendação sobre o jogo que iriam comandar. No entanto, segundo o presidente da Associação Nacional de Árbitros, tal procedimento é normal na arbitragem e, inclusive, vem como uma das normas em todas as escalas.
Escala de árbitros traz como ordem telefonema para a Comissão de Arbitragem (Foto: Reprodução)
- Quando sai a escala existe a recomendação sobre a ligação para a Comissão de Arbitragem. Todos ligam. Se estão cientes da escala, se chegaram na cidade do jogo, enfim. Isso é corriqueiro, não vejo espanto nisso. O Sergio Corrêa tem o direito de alertar os árbitros sobre riscos no jogo, sobre polêmicas, sobre algo que aconteceu há três meses envolvendo os times. Não é nenhum mistério, nenhuma coisa escondida. O que ele disse é um absurdo. Onde está o absurdo numa pessoa falar com o seu diretor antes de cumprir uma função? - indagou Marco Antonio Martins.
Com a perda do escudo da Fifa, Gutemberg perderia cerca de R$ 300 por partida apitada na Série A.
- A nossa postura é em defesa da arbitragem. Não estamos do lado de ninguém. Mas ele vai ter que provar o que falou sobre a arbitragem brasileira - finalizou o presidente da Associação Nacional de Árbitros.