A decisão da diretoria do Vasco de homenagear os dez jovens mortos no incêndio no Ninho do Urubu com a estampa de uma bandeira do Flamengo na camisa do time segue rendendo. Conselheiros insatisfeitos com a medida do presidente Alexandre Campello recorreram ao estatuto do clube e acusam o dirigente de descumprir o documento.
Um dos nomes na linha de frente é Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo do Vasco. Ele chamou a atitude do Vasco de homenagear o Flamengo na partida contra o Resende de corporativista. Acima de tudo, reclama que o estatuto vascaíno foi ferido na iniciativa.
Ele se baseia no Art. 7º, que delibera sobre as cores do clube. Nele não consta referência ao uso de cores ou imagens de outros clubes no uniforme.
- O estatuto delibera sobre o pavilhão e a bandeira do clube. É muito simples. Não é ser contra a homenagem às vítimas, mas sim preservar a instituição. Ser solidário ao clube é ser solidário a possíveis responsáveis pela tragédia - afirmou Monteiro.
Diz o Art. 7º, que "o pavilhão do clube é preto, com uma faixa branca diagonal, partindo do canto superior do lado da tralha, a Cruz de Malta em vermelho no centro e na parte superior duas estrelas douradas, uma acima da outra; uma delas simbolizando as conquistas dos Campeonatos invicto de Mar e Terra no ano de 1945 e a outra a do Campeonato Brasileiro do ano de 1974. As cores da bandeira e da Cruz de Malta serão reproduzidas nos uniformes, emblemas e insígnias usadas pelo clube".
Roberto Monteiro afirmou ainda que ainda não sabe se o Conselho Deliberativo do Vasco tomará alguma medida a respeito, cabendo a algum conselheiro, caso queira, fazer uma reclamação formal contra a presença da bandeira rubro-negra no uniforme.
- Entendo que feriram o estatuto. Se ele diz qual é a nossa camisa, não posso deduzir de forma diferente. Que se mude o estatuto e proponha outra então - concluiu Monteiro.