O Vasco ainda não se manifestou com relação à ordem dada pelo desembargador Cesar Marques Carvalho na semana passada, determinando a abertura de uma série de documentos, dentre os quais os contratos com a 777 Partners. O prazo de 15 dias ainda está em vigência.
O ge apurou que o departamento jurídico vascaíno vai recorrer em breve. Internamente, o clube recebeu a decisão com perplexidade e confia em derrubá-la.
A ordem judicial atende um pedido dos credores do Vasco no Regime Centralizado de Execuções (RCE). Na opinião deles, é preciso haver maior transparência no momento de prestar contas. Eles querem ter certeza se os valores depositados mês a mês, de fato, correspondem a 20% da receita corrente do clube.
O Vasco já depositou quase R$ 30 milhões no RCE (veja tabela abaixo) desde que teve reconhecido o direito de centralizar suas dívidas, em setembro de 2021. A prestação de contas é anexada ao processo junto com o comprovante dos depósitos nas contas judiciais.
Essa prestação se dá em forma de tabela, com os valores referentes a receitas do futebol (como bilheteria e transmissão) e do clube (sócios-torcedores, licenciamento da marca...) e as devidas deduções operacionais. O documento de quatro páginas também contém notas explicativas com informações complementares. Na opinião do departamento jurídico do Vasco, isso deveria ser o suficiente.
Além disso, no acordo firmado com a Justiça, o Vasco prometeu submeter-se a auditorias externas de contabilidade para apurar a veracidade dos cálculos. A responsável por essa fiscalização periódica é a empresa "Baker Tilly", cujos relatórios também estão juntados no processo.
O clube alega a impossibilidade de abrir contratos de patrocínio ou de acordos com a 777 por se tratarem de documentos confidenciais. "Os credores não buscam a fiscalização da correta apuração das receitas [...], mas, sim, a indevida ingerência administrativa e a tentativa de quebra de sigilo de inúmeras informações", argumentaram os advogados do Vasco antes da ordem do desembargador.
A seguir, você confere a prestação de contas do Vasco no Regime Centralizado de Execuções. O ge não encontrou os cálculos referentes a setembro de 2021, que foi o primeiro mês em que houve depósito nas contas judiciais. Os de janeiro e fevereiro de 2022 ainda não foram divulgados pelo clube.