Os ingleses foram uma das empresas que cederam linhas de crédito à 777 Partners antes da crise financeira em que a empresa entrou, levando à entrada da seguradora A-Cap como controladora dos ativos. Na busca pelo recebimento dos valores "emprestados" aos americanos, a Leadenhall entrou com processo acusando a 777 de fraude financeira, uma disputa que é respondida hoje pela A-Cap.
O processo começou a mexer com o Vasco (e os outros clubes do portfólio da 777/A-Cap) assim que avançou ao ponto de a Leadenhall obter liminar que limita a A-Cap de se desfazer de ativos financeiros sem sua anuência. Vale lembrar que a A-Cap tem 31% das ações da SAF vascaína e disputa outros 39% com o Vasco em um processo de arbitragem no Brasil. Outros clubes no portfólio da empresa são Genoa (Itália), Sevilla (Espanha, minoritários), Red Star (França), Melbourne Victory (Austrália) e Hertha Berlin (Alemanha).
Inicialmente, a decisão não citava a Nutmeg Acquisitions LLC, subsidiária da 777/A-Cap na gestão de clubes de futebol. Todavia, no início de outubro, a Leadenhall pediu na Justiça informações sobre dois negócios esportivos dos americanos: o Standard Liège, que foi colocado à venda, e os empréstimos feitos durante a tentativa de compra do Everton, que totalizam cerca de 200 milhões de libras (1,46 bilhão de reais) e devem ser pagos pelo Friedkin Group, novo proprietário do clube inglês.
Segundo a Leadenhall, havia preocupação com a possível movimentação de ativos. A resposta veio no dia 30, quando a A-Cap teria se comprometido a explicar o negócio com o Everton sob um acordo de confidencialidade. O fundo inglês também poderia analisar os termos antes de qualquer acordo sobre os empréstimos.
Até aqui, não houve qualquer veto público da Leadenhall aos negócios esportivos do grupo. A própria A-Cap cobrou da corte nova iorquina uma "condução jurídica" no caso Everton. Nos últimos documentos do processo que se tornaram públicos, ingleses e americanos tentam chegar a um acordo quanto à forma com que esse processo de verificação da Leadenhall seria feito. Por enquanto, não há acerto conhecido entre as duas partes sobre um acordo de confidencialidade.
O corpo jurídico do Vasco acompanha o caso e entende a complexidade, mas, no momento, não há temor em relação aos ingleses.
A revelação de que o magnata grego Evangelos Marinakis é um dos interessados na compra da SAF do Vasco movimentou os bastidores do clube. Mas qualquer negociação, inclusive de outros interessados passa por uma situação complexa envolvendo a fragmentação das ações entre o clube e a seguradora A-Cap, bem como os problemas que a mesma enfrenta na Justiça de Nova York. Um deles, um processo de natureza restritiva por parte do fundo inglês Leadenhall.