Manhã de segunda-feira: chuva, frio, sol e calor. Os vascaínos passaram por provações climáticas na fila por ingressos para o primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Avaí, em São Januário. O resultado de tanta dedicação ao fim do segundo dia de vendas foi a parcial de 15.734 bilhetes vendidos.
Restam menos de dois mil, apenas para cadeiras sociais, prova de que time e torcida vivem em total sintonia. O ingresso? Um detalhe nessa relação, abalada por algum tempo.
O orgulho dos que saíam com as entradas na mão não se dava apenas pela compra efetuada com sucesso, mas também por voltar a assistir atuações convincentes.
- A torcida tem lotado não só por ser uma fase final. O Vasco está jogando bem, honrando a camisa. É isso que gostamos de ver. Por eles, vale pegar chuva e sol para sair daqui com um ingresso - afirmou, orgulhoso, José Roberto Antunes, fechando o guarda-chuva que o protegera no início do dia, antes de o sol mostrar sua força.
Entre os jogadores, o sentimento de ansiedade também existe. Não apenas por estar em uma semifinal, pois muitos são experientes e acostumados a momentos decisivos. O primeiro lugar que eles pretendem olhar ao entrar no gramado de São Januário é a arquibancada. O que esperam? A mesma festa feita nos últimos jogos, uma motivação a mais para correr e conquistar o título. Que o diga o atacante Eder Luis:
- É difícil entrar no estádio e não ver torcedor. Agora é diferente, eles vão comparecer e sabemos que a responsabilidade é maior, pois queremos dar essa conquista de presente a todos os vascaínos. Espero que também possam nos ajudar bastante.
Os discursos se complementam, assim como a sintonia nos últimos jogos. Se o resultado for o mesmo, os vascaínos já podem comemorar.
TORCEDORES MADRUGAM POR INGRESSOS
Por volta de 9h15, a equipe de reportagem do LANCENET! chegou em São Januário, onde já se formava uma fila razoavelmente grande. Os primeiros torcedores praticamente madrugaram no local. Antes das 7h, alguns vascaínos já guardavamcuidadosamente seus lugares.
Muitos pediram para chegar mais tarde em seus empregos. Como as bilheterias do estádio abriram às 10h, era adquirir o ingresso e correr.
- Tem que chegar cedo, se não, fica sem. São poucos bilhetes. Tenho algumas contas para pagar, ir ao banco pela empresa. Vou sair correndo daqui, mas não poderia ficar seu meu bilhete - disse César Domingo, que trabalha como office-boy em uma administradora.
Teve até torcedor que tentou lucrar com as chuvas que caíam nas primeiras horas do dia. Um vascaíno, que estava entre os primeiros da fila, pediu para um amigo guardar seu lugar, foi até o Centro do Rio e comprou guarda-chuvas para revender na Colina. Como o sol se fez presente - e com intensidade - a partir das 9h, ele teve prejuízo.
- Quem chegou aqui cedo já trouxe logo guarda-chuva. Eu moro em São Gonçalo, peguei muita chuva na fila. Agora aparece o sol. Tempo doido. Mas isso vale a pena pelo Vasco. Se não vencer agora, vai vencer quando? - indagou um torcedor, enquanto guardava sua sombrinha na mochila.