Os holofotes de São Januário se viraram para o lado esquerdo do campo. Mais precisamente a lateral. Engana-se, porém, quem pensa que o problema começou agora. De 2002 para cá, nada menos do que 22 jogadores vestiram a camisa 6. Para acabar as seguidas frustrações, o clube espera respostas nas tentativas de contar com Márcio Careca, do Barueri, e Júnior, do São Paulo.
Ontem, o presidente Roberto Dinamite esteve em São Paulo. Embora negue que tenha ido em busca de jogadores, o presidente confirmouo contato com o São Paulo para ter Júnior, campeão da Libertadores e da Copa-2002, pela Seleção.
O lateral-esquerdo disputou apenas cinco partidas pelo São Paulo no Brasileiro. Vinculado ao Sampa até o final do ano, ele pode ser liberado com uma conversa.
– Não fui procurado ainda, mas o São Paulo está aberto para ouvir uma proposta do Vasco – disse o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha.
Sobre a possibilidade de ceder o jogador sem ônus ao Vasco, algo pouco comum em negociações do São Paulo, o dirigente são-paulino apenas deu pistas: – É um assunto interno, mas temos muito carinho pelo Roberto (Dinamite, presidente vascaíno) e tudo seria estudado com mais atenção – garantiu Cunha.
Mais tarde, Roberto Dinamite, já de volta ao Rio, confirmou que aguardará a resposta do caso Júnior e também confirmou o interesse em Márcio Careca, do Barueri.
– Houve um contato com o São Paulo neste sentido (Júnior) e aguardamos a resposta. O outro (Márcio Careca) também interessa ao Tita – garantiu Roberto Dinamite.
No caso de Márcio Careca, na primeira tentativa o Barueri pediu R$ 300 mil para fechar o acordo. Houve uma contraproposta vascaína e a negociação ainda está em curso. Já a vinda de um jogador do gabarito de Júnior diminuiria os anseios dos vascaínos por um bom nome na lateral esquerda, o que ocorre desde 2002, quando Gilberto e Felipe já não estavam mais no clube. Dos 22 jogadores testados desde 2002, o que se manteve mais tempo como titular foi Diego, durante o triênio de 2004 a 2006.
Ainda assim, o jogador era mantido na equipe por ter a confiança de Renato Gaúcho. Na arquibancada, o lateral era muito questionado, mas completou 160 jogos com a camisa do clube até dar adeus há poucos meses, sem nem mesmo ser aproveitado.
Pablo, salvação provisória
A saga do Vasco na busca deum camisa 6 propiciou muitos testes e improvisações ao longo da temporada de 2008. Cabeça-de-área de origem, Pablo foi utilizado na esquerda e agradou. Após três meses como profissional, o curinga despertou o interesse do Zaragoza (ESP) e o Olaria, que detinha seus direitos econômicos, o negociou. O drama iniciado em janeiro recomeçou.
Na pré-temporada, em Dubai, nos Emirados Árabes, Marcus Vinícius, foi testado sem sucesso na posição e caiu em desgraça. Aos poucos recupera seu prestígio.
Promessas da base, Edu, de 19 anos, e Carlinhos, de 17, também tiveram suas chances. No primeiro momento, Edu não se firmou, enquanto Carlinhos foi escalado por Romário após cruzar duas bolas na cabeça do Baixinho num coletivo.
O cabeça-deaacute;rea Rodrigo Antônio também foi testado em vão. Contratado ao Palmeiras, Valmir foi apontado como a solução. Porém, machucou-se em sua estréia, contra o Botafogo, e desde então acumula lesões no tornozelo esquerdo. Coube a Tita insistir em Edu, que, por enquanto, tem dado conta do recado.
"Houve, sim, um contato com o São Paulo neste sentido (Júnior) e aguardamos resposta"
Roberto Dinamite, presidente vascaíno