Futebol

Profissionais comentam grande número de contusões no Brasileiro

Fernando Henrique (Fluminense), Ilsinho (São Paulo), Rafael Tolói (Goiás), Fábio Ferreira (Botafogo) e Ramon (Vasco); Diguinho (Fluminense), Marcelo Mattos (Botafogo), Maicosuel (Botafogo) e Jorge Henrique (Corinthians); Diego Tardelli (Atlético-MG) e Emerson (Fluminense). Felipe (Santos), Chicão (Corinthians), Índio (Internacional) e Edu Dracena (Santos); Souza (Grêmio), Marcinho Guerreiro (Avaí), Ralf (Corinthians) Marquinhos (Santos) e Júnior César (São Paulo); Herrera (Botafogo) e Borges (Grêmio). Estes dois times não poderiam se enfrentar atualmente, por uma razão simples: os 22 jogadores estão fora de combate. Todos eles são importantes para as suas equipes, que se digladiam nesta reta final de Campeonato Brasileiro.

Como eles, dezenas de outros jogadores não aguentaram as partidas em sequência. Com dois jogos por semana desde julho, quando o Brasileiro recomeçou após a parada para a Copa, praticamente todos os times da primeira divisão estão enfrentando problemas sérios de contusão. Há um consenso de que o calendário apertado é o grande vilão. Mas será que apenas a maratona de partidas explica tantos problemas físicos?

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O futebol está cada vez mais rápido, disputado com mais força, com menos espaço. Nesse ritmo, as contusões só vão aumentar

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- É claro que isso influi, mas não é a única causa. O futebol está cada vez mais rápido, disputado com mais força, com menos espaço. Nesse ritmo, as contusões só vão aumentar - prevê o médico José Luiz Runco, do Flamengo e da seleção brasileira.

Runco, ortopedista com especialização em joelho, não está surpreso com o número elevado de torções de joelho e tornozelo ocorridas nas últimas semanas. Para ele, os problemas são decorrência da forma como se joga futebol hoje em dia. Não só no Brasil. Tanto que atende constantemente, no Rio de Janeiro, jogadores que atuam na Europa.

Problemas Inerentes ao futebol

- Com menos espaços, os jogadores são obrigados a fazer mudanças bruscas quando estão em movimento. Não é por outro motivo que praticamente todos os técnicos só fazem hoje treinos em campo reduzido. Isso é um convite para torções de tornozelo e joelho. Não há como ser preventivo - afirma Runco.

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Temos que olhar com carinho para o calendário, pois estamos perdendo muitos jogadores importantes

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Com vários jogadores no departamento médico, o técnico do Fluminense, Muricy Ramalho está convencido de que o grande vilão é mesmo o calendário desumano.

- Ficou provado que este ano dobrou o número de contusões no Brasileiro. E não falo só pelo Fluminense. Temos que olhar com carinho para o calendário, pois estamos perdendo muitos jogadores importantes. Garanto que nas últimas 10 rodadas, quando as partidas serão apenas nos fins de semana, as contusões vão diminuir bastante - aposta o treinador tricolor, que também culpa o péssimo estado de alguns gramados.

As contusões podem até ter aumentado em 2010, mas no ano passado também houve um período do Brasileiro com dois jogos por semana. E isso acontece em quase todos os países de ponta no futebol. Na Inglaterra, por exemplo, o clube que está na Liga dos Campeões disputa ainda outras três competições: Premier League, Copa da Inglaterra e Copa da Liga Inglesa. A diferença é que os clubes ingleses, assim como quase todos os grandes da Europa, têm elencos imensos e, até acerto ponto, homogêneos, o que permite poupar os jogadores mais importantes.

Ainda assim, não conseguem evitar as contusões. A temporada europeia está apenas começando e já tem vários jogadores fora de combate. Na Inglaterra o francês Ben Arfa, da seleção de seu país e do Newcastle, quebrou a perna semana passada. Só volta ano que vem. O italiano Balotelli, por quem o Manchester City pagou uma fortuna, só retorna em dezembro, quando se recuperar de uma grave torção no joelho. Na Espanha, Pedro, do Barcelona e da seleção campeã do mundo, sofreu uma distensão na coxa direita. Seu retorno está previsto somente para a fim de novembro. E por vai.

Jogadores têm que ajudar

Por isso, mesmo com quatro casos graves nas mãos - Herrera, Marcelo Mattos, Fábio Ferreira e Maicosuel -, o médico Luiz Fernando Medeiros, do Botafogo, não demoniza o calendário. Para ele, as contusões, mesmo as mais graves, não passam de estatística. Ou seja, quanto mais jogos, maiores são as probabilidades de um jogador se machucar.

- Não é à toa que o futebol é conhecido como o violento esporte bretão. O contato físico é inerente ao jogo. E nos dias de hoje, os choques acontecem numa velocidade muito maior do que antes. As contusões acabam sendo mais graves. Em praticamente todos os jogos, sejam eles em sequência ou não, algum jogador se machuca - lembra.

Para Luiz Fernando, os problemas decorrentes de pancada ou torção nada têm a ver com a maratona de jogos. Podem acontecer, segundo ele, mesmo se o time jogar apenas uma vez por semana. Mas seu pensamento é outro em relação às contusões musculares:

- Estas sim têm a ver com muitas partidas em sequência. É um sinal de fadiga, de cansaço. O músculo não aguenta o esforço. Mas o que a contusão do Fábio Ferreira, por exemplo, tem a ver com excesso de jogos? Ele pulou para cabecear e, na caída, arrebentou o joelho. Isso pode acontecer mesmo que ele jogue apenas uma partida por ano.

Medeiros também não vê remédio para combater as contusões provocadas por choques ou torções. Mas acredita que os problemas musculares podem ser bastante reduzidos. Mas para isso, o jogador precisa colaborar. Runco concorda em gênero, número e grau com o colega.

- Com dois jogos por semana é fundamental que o corpo descanse para poder aguentar a batida. E aí que o jogador tem que colaborar. Tem que aproveitar o curto intervalo entre as partidas para se recuperar. Dormir bem, se alimentar corretamente. Mas não é o que a gente vê por aí. No final, acaba sempre sobrando para o departamento médico - lamenta o Runco.

Fonte: Globo Online
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