A nova concorrência feita por clubes e CBF aumentou consideravelmente a oferta pelos direitos internacionais do Brasileiro. Há uma proposta de US$ 800 milhões (R$ 3 bilhões) do fundo Prudente por dez anos e outra em valor próximo anual. E a grande diferença para o contrato do campeonato no Brasileiro é a divisão igualitária que pode render até R$ 15 milhões por ano para cada clube.
A negociação do contrato de direitos internacionais tem que ser coletiva porque seria quase inviável se realizada de maneira individual. A empresa que obtém as propriedades é, na verdade, uma intermediadora que depois reempacota os direitos para revendê-los no mercado internacional. Para isso, tem que deter todos os clubes ou o negócio se torna inviável.
Por isso, todos os times tiveram de se reunir, formando comissões de dirigentes, para analisar cada uma das propostas. A CBF tem atuado como intermediadora e terá direito a uma parte que, segundo a entidade, será inteiramente reinvestido na Série B. Inicialmente, ficaria com 10%. Nem todos os times concordam com essa participação da confederação.
O início das negociações no meio do ano passado foi a primeira negociação coletiva de clubes desde o final o Clube dos 13 em 2011. Desde o final daquela entidade, cada time trata de seus contratos de televisão de forma individual, tanto que uma parte se acertou com a Turner e outra com a Globo, e há ainda dois em aberto Athletico e Palmeiras. Esse tipo de negociação ocorre em poucas ligas do mundo, sendo a maioria coletiva.
Por ser uma negociação de todos juntos, boa parte dos clubes lutou desde o início para que houvesse uma divisão igual entre eles. Houve, sim, discussão com alguns clubes que queriam uma fatia maior. Mas, ainda no acerto feito com a BR Foot que fracassou, havia um consenso até de Flamengo e Corinthians de que receberiam o mesmo do que os outros. Não aceitaram o mesmo para placas e fizeram contratos em separado.
Na negociação dos direitos internacionais, haverá ganhos maiores se a competição for bem promovida no exterior. Isso obriga os clubes a pensar a promoção do Brasileiro ou pelo menos cobrar da empresa resultados, o que os leva a pensar em conjunto estratégias para a competição. Atualmente, apenas a CBF organiza o campeonato e pouco se esforça já que não tem ganhos financeiros.