Maria Helena Rodriguez terá trabalho de sobra nas próximas duas semanas. A psicóloga do Vasco tem a missão de evitar que o peso de um tabu de 25 anos caia sobre os ombros dos jogadores de Adílson Batista. Desde 1988 sem vencer o Flamengo em uma final de campeonato, o time de São Januário terá de enfrentar não apenas o arquirrival rubro-negro, como também o fardo do passado para ser campeão carioca.
No clube, a psicóloga é blindada, não concede entrevistas para não revelar detalhes do trabalho que faz com os jogadores. Desde 2009 com o grupo profissional, pela primeira vez terá de lidar com a situação que tira os torcedores vascaínos do sério. O trauma é grande, se expressa nas cobranças diárias. O atacante Edmílson, uma das grandes esperanças do time na decisão, reconhece isso:
- O torcedor cobra muito, é normal. Eles dizem que precisamos ser campeões, que temos de vencer o Flamengo, mas estamos tranquilos. O Flamengo é uma grande equipe e temos totais condições de vencê-lo. Estamos com os pés no chão, com muita humildade. O jogo vai ser disputado.
O camisa 7, assim como todos os jogadores do elenco vascaíno, não estavam no clube na última vez que o time de São Januário caiu perante o Flamengo em uma decisão, a da Copa do Brasil de 2006. A preocupação agora é evitar que o grupo atual absorva a carga que o clube e sua torcida carregam. O apoio da arquibancada, inclusive, terá papel decisivo.
- O suporte do torcedor será muito importante para os jogadores do Vasco nesta decisão. Mais apoio do que cobrança, para que o time não entre pressionado por esse jejum. É preciso que o torcedor entenda isso - afirmou a psicóloga Maíra Ruas.
Com a experiência de ter trabalhado com o grupo do Botafogo durante o título do Campeonato Carioca de 2010, marcante para o clube por ter interrompido a sequência de três vice-campeonatos seguidos para o Flamengo, Ruas destacou que é fundamental agora elevar a autoestima do grupo:
- É preciso mostrar aos jogadores que eles são capazes.