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Público que não paga ingresos é superior a bilheteria de 6 clubes

 Entrar em um estádio de futebol pra assistir a uma partida sem pagar ingresso deveria ser uma exceção. Mas, no Rio de Janeiro, é quase regra. Em 16 rodadas do Campeonato Brasileiro, 80.542 pessoas ocuparam um lugar nas arquibancadas sem desembolsar nenhum real para isso.

É um número expressivo. Seis times que disputam a Série A não conseguiram, como mandante, esse volume de público. Em sete jogos, o Botafogo soma 80.493 pessoas nas arquibancadas. O Atlético-MG, mesmo com o título da Copa Libertadores, tem público de 80.493 expectadores. Atlético-PR (58.850), Ponte Preta (43.234), Internacional (42.366) e Portuguesa (21.757) também ficam atrás do número de gratuidades em público total.

Esse fenômeno bilheterias inusitadas durante a competição. No jogo entre Botafogo e Santos, pela segunda rodada do Brasileirão, por exemplo, 49% do público total da partida não pagou ingresso. Foram 1158 gratuidades, contra 1186 pagantes. Não à toa, a partida, disputada no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, deu prejuízo de R$ 38.500,00.

No Maracanã a parcela do público é menor, mas o volume de gratuidades é ainda maior. O duelo entre Botafogo e Flamengo, pela nona rodada, é o recordista: foram 13.508 pessoas entrando sem pagar no estádio. É um número superior ao público total de 92 partidas do campeonato (59% de todos os jogos disputados).

Esse fenômeno é explicado por dois motivos. O primeiro são as leis estaduais que regem as gratuidades. Maiores de 65 anos, menores de 12 anos e portadores de necessidades especiais (e seus acompanhantes) são beneficiados. O segundo é exclusivo do Maracanã: as 4.968 cadeiras cativas.

Elas foram vendidas durante a construção do estádio, nos anos 50, para ajudar a bancar as obras. Quem comprou tem o direito de acompanhar as partidas gratuitamente. Existe uma taxa de manutenção, que não é universal – alguns torcedores ganharam, na justiça, direito de não pagar por ela. Somando esses dois fatores, jogos no maior estádio do Rio tem média de 29.594 e 24% de gratuidades (7.306 torcedores).

GRATUIDADES NOS JOGOS DO NOVO MARACANÃ

JOGO  PÚBLICO  PAGANTE   GRATUIDADES
FLUMINENSE X VASCO  34.634  12.226
FLAMENGO X BOTAFOGO  38.853  13.508
FLUMINENSE X CRUZEIRO  13.882  4.160
BOTAFOGO X VITÓRIA  14.825  4.250
VASCO X BOTAFOGO  24.979  8.440
FLUMINENSE X FLAMENGO  29.538  9.177
FLUMINENSE X CORINTHIANS  10.558  2.679
BOTAFOGO X INTERNACIONAL  11.033  4.014
TOTAL  178.302  58.454

Maiores afetados por essa característica do público carioca, os clubes tentam, há tempos, mudar a legislação. O principal objetivo é estabelecer cotas para os benefícios – a meia-entrada, outro problema do futebol brasileiro, também entra nessa discussão.

"A gratuidade, além de não pagar, cria tumulto. Vou ao supermercado e não vejo ninguém com mais de 60 anos saindo com frango de graça. E no transporte, a gratuidade é paga pelo governo. Só no futebol que ninguém paga aos clubes", disse o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landal. A proposta do clube é que o poder público, que garante a gratuidade, subsidie o benefício.

A reclamação a respeito do tumulto tem origem na forme como o benefício é entregue: quem está apto a recebê-lo deve retirar o ingresso no dia do jogo, apresentando documentos. Em jogos no Maracanã, é comum ver filas enormes de torcedores aguardando a vez de pleitear a entrada gratuita.

O Fluminense iniciou um debate com o Ministério Público do Rio de Janeiro e reclama da interferência causada no planejamento das partidas. A meia-entrada irregular, outro grave problema nas bilheterias, foi reduzida para cerca de 38% do total no Tricolor.

"Acreditamos que a lei das gratuidades deveria estabelecer mais critérios para os organizadores se planejarem. Além disse, deveriam existir incentivos para os clubes serem parceiros, não concorrentes, como ocorre hoje. Custeamos esses acessos, mas não levamos nenhuma contrapartida direta", reclama o gerente de arenas do Flu, Carlos Eduardo Moura.

O problema das gratuidades não é exclusivo do Rio de Janeiro, mas é onde ele é mais visível. Em São Paulo, por exemplo, apenas o estádio do Pacaembu permite que menores de 12 anos e maiores de 60 anos não paguem pelas entradas, mas existem limites de assentos disponíveis em determinados setores. Bahia, Brasília, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que têm times na série A, não possuem nenhuma lei que estabeleça gratuidades em eventos esportivos. No Brasileirão, os borderôs das partidas indicam, do Rio, gratuidades apenas em Pernambuco e na Bahia. O volume, porém, é bem menor.

Fonte: UOL Esporte
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