Está aí um exemplo de como as palavras têm poder: Pumita era jogador da seleção sub-21 do Uruguai no dia 2 de junho de 2018. Estava no Complexo Celeste, centro de treinamento dos bicampeões do mundo, ao mesmo tempo em que o técnico Óscar Tabárez aprontava no local os jogadores da seleção principal para a Copa do Mundo da Rússia.
Quando o treinador divulgou a lista dos convocados, o lateral-direito fez questão de parabenizar um jogador em especial: Guillermo Varela, que atua na mesma posição. Comentou que no Mundial seguinte estariam juntos, no mesmo grupo de jogadores.
Dito e feito. Quatro anos depois, o lateral do Vasco e o do Flamengo foram reserva e titular na equipe que jogou e foi eliminada na primeira fase no Catar. Domingo, vão se reencontrar. Desta vez, em lados opostos no clássico do cruz-maltino contra o rubro-negro.
Apesar da camaradagem, existe a competição. São adversários no Campeonato Estadual e concorrentes na seleção uruguaia, renovada e cheia de incertezas depois do fracasso na última Copa.
Diego Alonso, treinador que deixou Pumita no banco, sem jogar um minuto sequer no Mundial, foi demitido. Marcelo Broli, técnico da seleção sub-20, que classificou o Uruguai ao Mundial da categoria, assumiu interinamente e vai convocar a seleção para amistosos contra Japão, dia 24, e Coreia do Sul, dia 28. Se quiser fazer o dever de casa, acompanhará atentamente o clássico de domingo, no Maracanã.
Até agora, quem tem ido melhor no Estadual é o lateral vascaíno. Na média por jogo, Pumita tem números superiores em assistências para gol e finalizações, cruzamentos certos, passes certos e desarmes. O clássico será oportunidade para o vascaíno se testar contra o arquirrival, ferido após o vice na Recopa. E quem sabe tomar a titularidade de Varela na seleção.