Futebol

Pumita se vê adaptado ao Vasco e fala da pressão de jogar no clube

Puma Rodriguez viveu os dois lados da moeda no Vasco. Foi exaltado, tratado como um achado e premiado no início do ano. No segundo semestre, caiu de rendimento e virou vilão para parte da torcida. Após uma temporada intensa, o uruguaio está mais adaptado e parece ter encontrado o equilíbrio. Ele foi importante na reta final e recuperou prestígio com os vascaínos.

O primeiro ano no futebol brasileiro foi, acima de tudo, de aprendizado. Puma entendeu o que é ter uma torcida de massa como a do Vasco ao seu lado, mas também vivenciou de perto a pressão do caldeirão em São Januário.

Nos momentos difíceis, Puma buscou apoio dos mais experientes. Além das orientações de Ramón e Emiliano Díaz para corrigir deficiências, o lateral teve conversas frequentes com Marcelo Bielsa (técnico do Uruguai) e com as principais lideranças do elenco. Deu certo. Puma ressurgiu na reta final do Brasileiro com gols contra Cruzeiro e Corinthians e boas atuações.

Em entrevista ao ge, Puma recordou os bons e maus momentos do ano. A palavra pressão foi citada algumas vezes. Hoje, no entanto, o uruguaio parece olhar com outros olhos para o desafio. Ele afirma estar preparado, adaptado e prevê uma temporada vitoriosa em 2024.

- Ao vascaíno, o que preciso mostrar é gratidão, por tudo que fizeram com este time neste 2023. Vocês foram fenomenais nas arquibancadas. Podem esperar um 2024 diferente. De vitórias e bons momentos. Se depender de mim, não passaremos sufoco mais, porque vocês merecem um Vasco campeão.

ge: você teve um começo muito bom no Vasco, mas no Campeonato Brasileiro caiu de rendimento, assim como grande parte do time. O que acha que aconteceu?

Puma: a verdade é que o time todo teve uma queda de rendimento não só coletivamente, mas também individualmente. Acho que isso influenciou muito, quando a confiança ficou em xeque, aconteceu a queda de rendimento geral, mas soubemos contornar a situação e conseguimos deixar o Vasco no lugar dele. Na elite. Claro que isso é muito pouco. O Vasco é gigante e tem que estar brigando por títulos sempre.

Acredita que a pressão do futebol brasileiro te atrapalhou um pouco nesse primeiro ano?

- Olha, eu já esperava sim, afinal de contas é o futebol brasileiro cinco vezes campeão do mundo. Mas como eu já venho atuando na Celeste, a pressão também é grande lá. Tudo é questão de adaptação. Acho que fiz um bom Cariocão, fui eleito o melhor na minha posição, mas o nível do Brasileirão é muito maior. Jogar no Vasco da Gama é pressão o tempo inteiro. Tem que estar preparado.

Na reta final do campeonato, você volta a ganhar chances e termina o ano muito bem, com gols contra Cruzeiro e Corinthians… o que foi importante para você nessa retomada?

- Importante foi entender onde estava errando. Tentar corrigir e usar as minhas valências mais marcantes. Todo jogador, em algum momento, passa por alguma instabilidade na carreira. Mas no Vasco, quando isso aconteceu, tive profissionais muito experientes para me orientar. Ramon, Emiliano, meus companheiros mais vividos como Medel, Maicon, Vegetti e os demais. Somos uma grande família no Vasco. Também ouvi muito do Bielsa, que sempre esteve atento as minhas atuações, mas principalmente, nunca deixei de trabalhar. Intensifiquei ainda mais meus treinos. Fora isso, o apoio incondicional da minha família que sempre foi meu combustível para tudo.

Fale sobre aquele gol contra o Cruzeiro, foi um golaço… O que pensou ali na hora e depois quando viu o vídeo?

- Foi um recurso que encontrei e tive que ser rápido para definir. Foi um golaço! Um dos mais bonitos da minha carreira, sem dúvida.

O Vasco conseguiu a recuperação depois da chegada de Ramon Diaz. O que ele fez de diferente no dia a dia que mudou o rumo do time?

- Falando somente sobre o Ramón, você sabe que chega ali um cara com a experiência de fora do Brasil. Com muitos títulos na bagagem, não só como treinador vitorioso que é, mas também como grande jogador que foi. Muita experiência, conversa e trabalho junto com o Emiliano. Acho que o time entendeu que precisávamos demais de uma guinada, afinal de contas é o nosso trabalho, a nossa imagem, é o Vasco.

- O Maurício (Barbieri) era um super profissional. Sabe muito de futebol. Mas o futebol é resultado, apesar de acreditar que é um somatório de coisas, fazíamos tudo certo, mas os eles não estavam acontecendo. A pressão externa e interna, por uma possível nova queda, fizeram com que alterações no comando técnico acontecessem. Infelizmente, não acho que a troca de treinadores seja só um problema do Brasil. No Uruguai também tem, em todo lugar do mundo. Mas essa pressão de um clube gigante como o Vasco, fez que a troca fosse necessária. Felizmente, Ramon com sua experiencia ao lado do Emiliano e toda comissão técnica nos ajudaram bastante.

Qual sua expectativa para 2024? Acredita que, por ser sua segunda temporada no Brasil, a experiência vai te ajudar?

- Sem dúvidas. Já conheço o Vasco e sua maravilhosa e gigantesca torcida. Que coisa linda. Mas é pressão. Não podemos nos acomodar quando vestimos a camisa do Vasco da Gama. Acho que por todo sufoco que passamos este ano, o 2024 tem que ser diferente. Tem que ser de briga por títulos porque é este o tamanho deste clube. Brigar por títulos. Sempre. E nisso que acredito.

⁠O que tem feito nas férias? Segue treinando?

- Treinado sim, mas passando o máximo de tempo com a minha família que é o que mais amo na vida. Mas tenho me cuidado ainda mais. Quero um 2024 diferente.

Fonte: ge
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