A saída de Maurício Barbieri do comando do Vasco, oficializada nesta sexta-feira, abrirá oportunidade a um jovem e elogiado treinador das categorias de base do clube. William Batista, técnico do time sub-20, assume a posição interinamente e comandará a equipe contra o Cuiabá, nesta segunda-feira, em São Januário.
Não será o melhor dos cenários, já que a partida terá portões fechados enquanto o cruz-maltino vive um péssimo momento no Brasileiro, afundado na vice-lanterna e vindo de seis vitórias seguidas. Mas a trajetória ascendente do jovem profissional de 30 anos dá mais um passo desde que chegou ao cruz-maltino vindo do América-MG, no fim do ano passado.
Batista trabalhou com Paulo Bracks, atual diretor de futebol do clube, quando ainda estava no Coelho. Chegou ao Vasco em meio a uma reformulação nas categorias de base do clube promovida pela SAF. Por lá, vem trabalhando com nomes como Rayan, hoje destaque no profissional, e outros atletas como Paixão e Paulinho, que já treinaram algumas vezes com o grupo principal.
Os resultados na base falam por si. Batista ainda não perdeu comandando o sub-20 neste Campeonato Carioca. Nem na Copinha, competição na qual viu seu time ser eliminado nos pênaltis para o Ibrachina-SP (abriu 3 a 0 e levou o empate), no momento de mais questionamento do trabalho.
De lá para cá, comandou a equipe na conquista da Taça Guanabara sub-20 com 8 vitórias e 3 empates em 11 jogos. No mata-mata, eliminou o Resende e viu, de longe, sua equipe fazer 2 a 1 no jogo de ida das quartas de final contra o Botafogo, na tarde desta sexta-feira.
Somando Carioca e Copinha (e contando com a semifinal), o ofensivo Vasco sub-20 marcou 38 gols e sofreu 10 nesta temporada. O clube ainda disputou outras competições menores, como a Copa Xerém (vencida pelo cruz-maltino), mas não joga o Brasileirão da categoria por questões de ranqueamento da CBF.
Em entrevista ao site ge, ele revelou que foi influenciado a iniciar na carreira como técnico pela Holanda de Johan Cruyjff e que é adepto da ideia de jogo de posição.
— No meu primeiro dia eu falei para os jogadores: pode tudo, errar, acertar, driblar, o que vocês quiserem, só não pode parar de correr. Falei: "Nada me tira da cabeça que a gente vai ser a equipe mais agressiva, intensa, a que mais ia jogar com a bola e, que quando perdesse, ia pressionar como uns animais para recuperar". Só tem uma maneira de ficar mais com a bola: pressionando rápido quando perde. Hoje a equipe representa todo esse discurso do dia a dia — explicou, na ocasião.