Filho de uma professora com um pescador, Rafael Coelho vai de encontro ao ofício do pai e faz de tudo para não pescar mais uma ilusão com a camisa do Vasco. Revigorado com a chegada de Paulo César Gusmão, o atacante entra em campo neste sábado, contra o Grêmio, às 19h30, na Ressacada, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, para provar que o gol marcado contra o Avaí foi mais do que um simples lampejo. Acima de tudo, está nos pés do jogador o sossego de uma certa casa em Biguaçu, município a 17 quilômetros de Florianópolis.
Os pais dele, dona Maria Aparecida Coelho e seu Célio Arcanjo Luiz, de 51 anos, não escondem a preocupação com o que o primogênito passou nos seis primeiros meses no Vasco. Falar sobre o mal-estar que o jogador sofreu no início de abril, ainda mexe com a emoção da mãe.
Fiquei sabendo depois, minha filha (Manoella, de 14 anos) me mostrou a notícia na internet. Pensei que meu filho fosse morrer. Oro muito por ele. O problema é que ele se cobra demais, sempre foi assim explicou.
Além da frustração pela falta de chance e o gancho de sete jogos que recebeu após a expulsão no primeiro jogo como titular, Rafael Coelho abalou-se com o desenvolvimento de hanseníase (que afeta os nervos e a pele a longo prazo) no pai. A doença demorou três anos para ser identificada pelos médicos e, este ano, seu Célio foi internado duas vezes, o que a família tentou omitir de Rafael para que o jogador não ficasse ainda mais preocupado. Não adiantou.
Eu acho que a dificuldade dele para ter espaço no Vasco e os problemas aqui em casa mexeram com ele. Com ele aqui, tinha noite em que eu acordava com gritos de dor. Graças a Deus, já estou bem disse seu Célio, à espera de dias melhores.