Herói, talismã... Os adjetivos dados a Rafael Silva escancaram a mudança significativa que o atacante teve em sua vida após seu protagonismo na final do Campeonato Carioca. Ex-vendedor de pastel, o jogador demonstra consciência de que deu um salto na carreira e saiu do anonimato após seus feitos no Maracanã contra o Botafogo.
"Vamos dando passos na carreira. Pude ultrapassar essa barreira. Eu era uma pessoa desconhecida, e agora passo a ser uma pessoa conhecida no hall do futebol. Mas eu não pretendo parar por aqui. Espero chegar mais longe", disse.
Sua experiência como vendedor aconteceu ainda na infância, quando foi morar em Carapicuíba (SP), e era uma forma de ajudar no sustento da família. Com 24 anos e tendo o futebol agora como profissão, ele pela primeira vez atua num clube grande do futebol brasileiro.
Religioso, revelou ter pedido a Deus gols na final do Estadual antes mesmo do Vasco se classificar. O episódio aconteceu logo após a derrota do Cruzmaltino para o Rubro-Negro na Taça Guanabara, quando sequer foi relacionado para o banco de reservas.
Apegado à família, que o acompanhou no Maracanã e na comemoração do título numa churrascaria na Barra da Tijuca (RJ), ele deixa a irreverência somente para seu chamativo cabelo.
"Meu cabelo é fera. Eu costumo fazer graça no cabelo. Ano passado, na final do Paulista (quando jogava pelo Ituano), fiz também. Vamos ver o próximo corte como será", declarou, fazendo mistério.
Treinador de Rafael Silva desde o ano passado no clube paulista, Doriva encheu de elogios o atacante.
"Rafael Silva eu não diria que é talismã. É um menino que tem potencial, teve uma sequência muito boa nessa reta final e se credenciou para ser titular pela performance dentro de campo. Ele ajudou bastante no Campeonato Paulista ano passado quando jogava em outra função. Ficamos felizes por ele ter conseguido dar esse passo na carreira", destacou.