Futebol

Rafael Silva relembra apelido após ser carrasco do Flamengo

O Vasco terá pela frente o Flamengo, nesta segunda (5), em duelo pela nona rodada do Brasileirão. As equipes voltam a se enfrentar pelo torneio após dois anos, já que o time de São Januário ficou na Série B por duas temporadas. A última vitória do Cruz-Maltino sobre o arquirrival na competição foi em 2015 (2 a 1, em 27/9). Naquele ano, um dos últimos protagonistas pelo lado vascaíno no clássico foi o atacante Rafael Silva, herói da Colina que ganhou um apelido muito peculiar. O Jogada10 conversou com ele para relembrar a sua passagem no clube.

O jogador chegou ao Vasco após campanha de destaque pelo Ituano no Paulistão-2014, que acabou sendo carimbada com o título. Na equipe carioca, aliás, ele repetiu o feito no ano seguinte. Inclusive, a trajetória de sucesso da equipe no Estadual ficou marcada pelos triunfos sobre rivais como o Botafogo e o Flamengo.

“A minha passagem pelo Vasco foi muito especial, nós conseguimos conquistar o Carioca depois de 13 anos (nota da redação: na verdade foram 12 anos, já que o ultimo título havia sido em 2003) com o Vasco em jejum. Ainda fui mais privilegiado porque pude fazer dois gols nos jogos da final. Tive uma partida de destaque também na semifinal contra o Flamengo porque dei assistência pro Serginho sofrer o pênalti. Aquilo foi fundamental para nossa classificação”, declarou o atacante.

Em seguida, ele recordou a respeito de sua invencibilidade contra o Rubro-Negro de cinco jogos, sendo três vitórias e dois empates. Rafael frisou a influência dos atletas veteranos como o segredo para o time ter êxito em grandes confrontos.

“Foi um ano muito positivo com relação ao Clássico dos Milhões porque deixei o clube sem uma derrota para o Flamengo. O diferencial era a confiança que os jogadores mais experientes e vitoriosos do elenco nos passavam. O Guiñazu, Martín Silva e o Rodrigo principalmente. Então, nós íamos para os jogos já sabendo que conseguiríamos os três pontos. Nós olhávamos para os adversários e percebíamos que eles não estavam confortáveis”, acrescentou o atleta.

Rafael carimbou a eliminação do arquirrival nas oitavas de final da Copa do Brasil daquele ano. O Vasco venceu na ida por 1 a 0. E obteve um empate por 1 a 1 na volta, com gol do próprio atacante. como já mencionado. O herói, então, indicou que aquele feito no Clássico dos Milhões lhe permitiu começar a receber o reconhecimento dos torcedores.

“O jogo da Copa do Brasil eu tenho certeza que foi o divisor de águas. O carinho que a torcida tem por mim começou depois disso. Eu já tinha feito alguns gols pela equipe, mas é claro que marcar em um clássico contra o maior rival acaba sendo mais significativo. Ainda mais com esse gol no final da partida indicando a eliminação do Flamengo na competição. Isso não estava nem nos meus melhores sonhos. Era um clássico que eu me sentia muito à vontade para disputar e como eu já citei, percebia no semblante dos adversários que seria difícil para eles. Quando eu via que o oponente temia nossa camisa, ficava mais confortável ainda”, apontou o atacante.

Por sinal, o jogador relatou que houve modificação até no seu tratamento interno. Além disso, o gol promoveu uma contrariedade de sentimentos nas torcidas rivais.

“O nosso dia-a-dia ali no Vasco mudou muito pelo reconhecimento. Ainda mais porque sabemos que a torcida do Flamengo é grande. Acaba que ficamos conhecido dos dois lados. A do Vasco te ama e a outra te odeia, mas faz parte e eu gosto demais disso. O importante é que sempre fui respeitado por ambas”, acrescentou.

Apelido

Rafael Silva explicou que aquela comemoração foi planejada. Além disso, lembrou  que significou uma alfinetada aos adversários que provocaram o Cruz-Maltino nos dias que antecederam o jogo decisivo da Copa do Brasil.

“O apelido ‘Matador de Urubu’ eu me identifico bastante, eu marquei o gol e sai degolando. Na verdade, foi um recado para alguns jogadores do Flamengo na época que disseram na semana que iriam ganhar de 3 a 0. Eles falaram também que não conheciam o Vasco. Quando eu estava na concentração já pensando na partida, que se eu marcasse iria mandar um recado para eles. Foi uma espécie de ‘Cala Boca’, um ato polêmico que eu gosto bastante e eu ganhei esse apelido. Tanto que no jogo seguinte, atuamos no Maracanã e a torcida cantou: ‘A E I O U, Rafael Silva é caçador de urubu’. Aquilo ali para minha carreira e vida foi algo inesquecível”, esclareceu.

Confira outras respostas do Rafael Silva

Relação com o Vasco e a torcida

Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.brRafael Silva
Rafael Silva

“Grande parte dos jogadores que atuam pelo clube viram torcedores. Isso não sou apenas eu, Rafael Silva que falo, se tem outro clube de infância, acaba mudando depois. Principalmente pelo amor da torcida você se envolve de uma maneira que é inexplicável. Eles te abraçam, os funcionários também. É um clima muito bom de conviver por essas razões. Eu sou vascaíno, o clube mora no meu coração e eu fui muito feliz nesses dois anos que vesti essa camisa”, detalhou.

Vasco foi o auge da sua carreira?

“É difícil eu dizer se foi o melhor período da minha carreira porque eu tive outras passagens no exterior marcantes. Tem um clube na Indonésia, que eu sou o segundo maior artilheiro da história. Porém, se não foi a melhor, está entre as principais. Foi um período muito produtivo, de crescimento profissional. Houve uma projeção na minha carreira, porque depois da passagem no Vasco, muitas portas se abriram. Por isso, eu sou muito grato ao clube por tudo que me proporcionou”, finalizou.

Rafael Silva atuou por dois anos pelo Vasco, com 62 partidas, 11 gols e a conquista do Campeonato Carioca em 2015. O jogador, de 32 anos,  retornou ao Ituano no início desta temporada para a disputa do Campeonato Paulista e a Série B. Esta é a segunda passagem pelo clube que o projetou nacionalmente.

Fonte: Jogada 10
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