Caminhando para seu quarto jogo como técnico do Vasco, o argentino Ramón Díaz, vêm empolgando o torcedor cruzmaltino com a evidente evolução da equipe. O experiente treinador têm apresentado repertório tático e padrão de ideia de jogo mesmo com uma grande alternância entre os jogadores escalados. Nas três partidas em que comandou o clube da Colina, o técnico já escalou nada menos que 24 jogadores. Alternando não apenas os nomes, mas também sua disposição e funções em campo.
Os zagueiros Léo e Robson, por exemplo, já foram escalados por Ramón Díaz tanto na zaga quanto nas laterais, quando atletas das funções não estiveram disponíveis.
Além deles, também, houve mudança de posicionamento do defensor Gary Medel. Nós dois primeiros jogos contra Athletico-PR e Corinthians, o chileno foi escalado como primeiro volante, fazendo a proteção à frente da área e o combate aos meio-campistas rivais, por vezes, se colocando entre os zagueiros para formar uma linha de cinco ou até seis defensores juntos dos laterais vascaínos. Já na última partida contra o Grêmio, foi alçado como zagueiro, formando dupla com Léo, visando aumentar a qualidade na saída de bola e ter uma distância menor para correr em coberturas. Lembrando que Medel já está com 36 anos de idade.
Neste jogo, o técnico Ramón Díaz, armou sua última linha defensiva com quatro jogadores, optando por encorpar o meio de campo com a escalação de Zé Gabriel como primeiro volante, um atleta com mais força física.
As mudanças táticas e de jogadores feitas por Ramón Díaz não se restringem apenas ao setor defensivo. Nos três jogos, o técnico também iniciou os setores de meio de campo e ataque com diferentes disposições. Contra o Athletico-PR, em sua estreia, foi para o jogo uma trinca de volantes no meio de campo e com três atacantes, Gabriel Pec e Orellano pelos lados e Figueiredo mais centralizado.
Contra o Corinthians, na rodada seguinte, escalou três zagueiros, junto aos dois laterais, repetiu a trinca de volantes no meio, mas com jogadores diferentes, e escolheu uma dupla de ataque com Figueiredo atuando ao lado de Sebastián Ferreira. Nesse cenário, sem Pec e Orellano no time titular, os laterais tiveram o papel de dar opção de ataque pelos flancos do campo.
Na vitória contra o Grêmio mais mudanças. Sem a opção de escalar Puma Rodriguez e Jair machucados. Uma nova formação tática. O Zagueiro Robson foi colocado na lateral direita e Medel recuado para a zaga, abrindo espaço para a escalação do meia armador Paulinho. Os pontas retornaram a equipe titular para dar opção ofensiva pelos lados do campo e apenas o atacante Ferreira foi escalado. Por mais que a equipe tenha atuado novamente no 4-3-3, desta vez o setor central da equipe atuava diferente. Zé Gabriel jogava mais fixo na proteção com Praxedes e Paulinho ganhando mais liberdade para armar a equipe, principalmente no segundo tempo, quando passou a se apresentar mais para o jogo e com a substituição de Praxedes por Marlon Gomes que entrou atuando mais perto de Zé Gabriel.
Independente das trocas promovidas jogo a jogo por Ramón Díaz, o Vasco vêm apresentando ideias que não podiam ser vistas antes. A ligação direta se tornou mais escassa. Mesmo quando o adversário sobe as linhas de marcação, a opção de saída de bola tem acontecido pelo chão. Os atletas jogam mais próximos um dos outros, facilitando a troca de passes curtos e a rapidez de chegada ao campo de ataque. Jogadores como Orellano e Gabriel Pec tem aparecido melhor nos jogos, não atuando o tempo todo fixo na faixa lateral do campo, mas tendo liberdade para se deslocar para o meio e se aproximarem. No gol contra o Corinthians, por exemplo, Orellano fez jogado pelo centro e deu passe vertical para deixar Pec de cara para marcar o único gol vascaíno no jogo. Já o Gol de Vegetti contra o Grêmio aconteceu após Pec receber na linha de fundo e cruzar para o atacante argentino.
Diferente do que muitos torcedores brasileiros estão acostumados, Ramón Díaz, não dá indícios de que sua equipe será escalada com o conceito de 11 jogadores titulares. Mas, pelo o que foi apresentado até aqui, mesmo com a mudança de nomes, seu padrão de jogo será visto em campo.