Ramon Menezes terá pela frente a dura missão de comandar um desequilibrado Vasco na atual temporada. Promovido após a demissão de Abel Braga, o novo treinador tem ainda uma missão secundária quando a bola rolar: recolocar o Cruz-Maltino no trilho de revelar novos técnicos, o que pouco ocorreu recentemente.
O último 'produto' desenvolvido em São Januário foi Cristóvão Borges e muito mais por uma questão consequencial do que de uma escolha propriamente dita. Vale lembrar que o técnico na oportunidade era Ricardo Gomes, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e viu o auxiliar assumir a função interinamente até ser efetivado.
Cristóvão deu sequência à carreira também fora do Vasco, com passagens por Flamengo, Fluminense e Bahia. Ele, portanto, foi um dos poucos técnicos revelados e projetados pelo Cruz-Maltino nos últimos anos.
Para chegar ao segundo nome é preciso voltar bem maia no tempo. Em 1981, o Vasco apostou em Antônio Lopes. Enraizado em São Januário desde os tempos de preparador físico, entre 1974 e 1979, ele virou treinador no Olaria. Passou por alguns clubes pequenos até receber oportunidade para comandar o Cruz-Maltino, em 1981.
Foi a partir desse momento que a carreira de Antônio Lopes deu uma guinada. Foram vários trabalhos de sucesso sempre com sua imagem ligada ao Vasco. Chegou, inclusive, a comandar seleções de Kuwait e Costa do Marfim.
O auge como treinador ocorreu em 1997, quando liderou um fantástico e vitorioso Vasco. Campeão brasileiro e da Libertadores. Perdeu o Mundial para o Real Madrid, por 2 a 1.
Ao longo da história, o Vasco também contou com outros nomes históricos que assumiam o time de maneira interina. Dois dos mais famosos são Gaúcho e Alcir Portela. Eles, no entanto, jamais conseguiram firmar uma carreira consolidada como treinador.
Ramon, portanto, terá mais essa dificuldade no comando do Vasco. Ídolo da torcida, ele contará com o apoio da massa neste início de trabalho, mas os bons resultados precisam aparecer o quanto antes.