Início surpreendente, com direito à liderança, que fez os holofotes se voltarem para São Januário e batizarem até mesmo o estilo de jogo de "Ramonismo". A boa fase do Vasco no Campeonato Brasileiro foi pulverizada a partir de setembro e agora o técnico Ramon Menezes vive o dilema entre um esquema que já pode estar "manjado" e as alternativas que, até o momento, foram frustradas.
Quando emplacou vitórias e ocupou as primeiras posições na tabela, o treinador adotou uma estratégia em que o lateral esquerdo Henrique era quase que um terceiro zagueiro, desobrigando Talles Magno das funções defensivas e liberando o lateral direito Yago Pikachu para os avanços.
No meio, contava com Fellipe Bastos em boa fase e fazendo gols, além da espinha dorsal com Andrey e Benítez. Na frente, o inspirado Cano balançava as redes seguidamente.
Com o passar do tempo, porém, os adversários neutralizaram o esquema e jogadores caíram de rendimento, casos, principalmente, de Pikachu e Bastos.
Após a goleada sofrida para o Atlético-MG por 4 a 1, Ramon Menezes assumiu a bronca. "Queria deixar bem claro que a responsabilidade é minha de escalar e colocar em campo aquilo que vejo como ideal. Os atletas têm esse entendimento", disse à Vasco TV.
Mudanças não surtem efeito
A mudança mais radical aconteceu justamente diante dos mineiros, quando Ramon Menezes escalou três zagueiros de origem e inverteu a saída dos laterais, liberando mais Henrique. O esquema não funcionou, mas o treinador tentou explicou o que pensou com esta opção.
"Na verdade, a maneira de jogar é muito parecida. Até porque quando temos a bola o Miranda é um dos construtores. O objetivo era dar um pouco mais de liberdade pela esquerda, segurar o Miranda, pois o Atlético-MG vem muito bem pelo lado esquerdo", analisou.
Em outras oportunidades, o treinador também promoveu alterações, mas com o intuito de poupar jogadores, e os resultados também não vieram, mesmo com times da parte de baixo da tabela, casos de Coritiba e o até então Atlético-GO, que agora tem reagido e está na 11ª colocação.
Fonte de gols de Cano seca
Coincidência ou não, o tempo que o Vasco está sem vitória é o mesmo que Germán Cano enfrenta sem fazer gols: cinco jogos.
A última vez que o artilheiro vascaíno da temporada balançou a rede foi na vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo no estádio Nilton Santos.
"O Cano é um dos artilheiros da competição. Daqui a pouco vai voltar a fazer gols. Meu foco é recuperar todos. Estamos há três jogos sem vencer no Brasileiro", destacou Ramon.
O atacante tem 16 gols anotados em 26 partidas disputadas com a camisa cruz-maltina.
Reforços ainda não corresponderam
O Vasco trouxe reforços recentemente com o intuito de aumentar o leque de opções de Ramon Menezes, mas até o momento eles não corresponderam e não se firmaram como titulares. São os casos do lateral esquerdo Neto Borges, do meia Carlinhos e do atacante Guilherme Parede. Destes, somente Carlinhos chegou de forma definitiva. Os outros dois estão emprestados.
Casos de Covid-19
A Covid-19 também tem afetado bastante o elenco do Vasco. No total, 27 jogadores já foram infectados, sendo que oito deles testaram positivo durante o Campeonato Brasileiro, além do técnico Ramon Menezes.