Torcida

Recentes atos de violência aumentam pedidos de torcida única em clássicos

Recentes atos de violência dentro e nos arredores dos estádios fizeram com que autoridades questionassem a CBF sobre a possibilidade de incluir em seus regulamentos, seja o geral das competições ou o específico de cada torneio, determinação para que a organização do campeonato possa intervir com a proibição da presença de torcedores em jogos considerados de risco.

Seria como instituir para a CBF o poder de determinar que em partida X é necessário ter torcida única, ou seja, apenas fãs do time mandante poderiam comprar ingresso e assistir ao jogo in loco. É algo que em alguns estados, como São Paulo, já acontece por meio de medidas judiciais, e na avaliação de especialistas com melhora nos índices de violência.

No Rio, onde houve confronto entre vascaínos e polícia no sábado, o que causou a morte de uma pessoa, houve determinação judicial que obrigava torcida única nos clássicos em fevereiro, depois revertida. Desde então o Ministério Público do Rio tenta conseguir uma nova liminar, sem sucesso.

Para que a proposta de incluir em regulamentos um limitador para acesso de torcedores a jogos será preciso o aval dos clubes, o que é algo bem improvável que aconteça. No Rio, os quatro grandes criticaram a Justiça e os promotores quando se definiu torcida única no começo de 2017. Há também restrições de cartolas de federações estaduais, que veem a restrição como algo que pode diminuir receitas com bilheterias e patrocinadores.

Nas duas últimas semanas houve brigas com feridos e até morto dentro e nas imediações do Serra Dourada, que recebeu no dia 1º de julho o clássico Goiás x Vila Nova, pela Série B, e de São Januário, que no último sábado (8) teve o Vasco recebendo o Flamengo.

Nos últimos anos, houve diminuição em confrontos dentro e nas proximidades dos campos, com algumas medidas tomadas como aumento do policiamento no deslocamento de torcedores organizados, melhora nas estruturas dos estádios, com reforma e construções de novos equipamentos por causa da Copa-2014, e a limitação do acesso de torcedores brigões, que são proibidos de ir a jogos pela Justiça. Já a torcida única é uma medida que gera controvérsias, e não é bem aceita pelo histórico do esporte de sempre ter duas torcidas nos estádios.

Aqueles que defendem torcida única em jogos de risco, normalmente clássicos, argumentam que a polícia militar tem o efetivo dividido quando tem que se preocupar com duas torcidas, mesmo quando a do time visitante está em menor número. No clássico do Rio de sábado, lembrou-se que a briga aconteceu principalmente com vascaínos e policiais, e poderia ocorrer mesmo com torcida única. Mesmo assim, boa parte do efetivo da PM estava deslocado para cuidar da saída dos flamenguistas (cerca de 1.200) de São Januário.

Fonte: Blog do Marcel Rizzo - UOL
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