Nenê é o craque, Riascos o artilheiro, Martín Silva a segurança, Rodrigo o capitão... Na lista de referências do imbatível Vasco de 2016, Andrezinho pode até não figurar entre os preferidos, mas é bom que o torcedor tenha em mente: muito do sucesso do time passa pelo futebol de seu camisa 7. "Sacrificado" taticamente, o meia se reinventou, virou volante, e se tornou o ponto de equilíbrio do time que começa a decidir o Carioca domingo contra o Botafogo. Coadjuvante em toda campanha, ele assumiu o protagonismo na vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo, domingo, em Manaus, e atraiu para si holofotes que sempre brilharam aos olhos de Jorginho.
Com um gol e uma assistência, o meia - ou volante - foi o nome do jogo na Arena da Amazônia. Sem contar os desarmes, marcações encurtadas e dinâmica na saída de bola. Não seria exagero dizer que é Andrezinho quem dita o ritmo do Vasco. Para que Nenê tenha maior liberdade, ele se desdobra na marcação e muitas vezes se posiciona atrás até mesmo de Julio dos Santos e Diguinho para facilitar a saída de bola. E cumpre bem sua missão.
Em Pinheiral, na pré-temporada, Jorginho fez questão de armar um Vasco que valorizasse a posse de bola e tivesse paciência para encontrar as brechas na defesa rival. E é isso que Andrezinho faz. Seja para girar o jogo, esticar bolas longas ou até mesmo arrancar em velocidade, o meia faz o time jogar, por mais que muitas vezes não seja valorizado por isso. As estatísticas mostram que o armador insinuante dos tempos de Inter e Botafogo se transformou em outro jogador.
Se o passe para o gol de Riascos contra o Flamengo foi a primeira assistência no ano - enquanto Nenê tem sete, por exemplo -, Andrezinho é o quarto jogador que mais desarma no Vasco, com 22. A presença constante no ataque também passou a ser esporádica, mas precisa. Ao todo, são somente oito finalizações na direção do gol e quase sempre como elemento surpresa na entrada da área. Foi assim que abriu o placar no clássico de Manaus.
Números que reforçam a importância daquele que talvez seja o que melhor representa o estilo de jogo do Vasco de 2016: obediente taticamente e incisivo nos momentos de decisão. Responsável pelo novo posicionamento de Andrezinho, Jorginho é só elogios para o comandado:
- O Andrezinho é muito obediente taticamente, muito inteligente. Ele sabe a hora, sabe muito bem ter o equilíbrio entre a saída em velocidade ou manter a posse de bola. Fisicamente, ele está sobrepujando com a idade. É obediente taticamente e por isso se cansa pouco.
Prestes a completar 33 anos, Andrezinho teve o contrato renovado recentemente com o Vasco por dois anos. Tempo de sobra para cumprir o desejo revelado ainda no gramado da Arena da Amazônia, domingo:
- Temos muito para chegar longe. Nosso objetivo é mais do que ganhar um clássico. Queremos ficar marcados na história do Vasco. Para ficar marcado na história de um clube, é preciso títulos. Pela reviravolta que demos, um time que foi rebaixado, já começamos a fazer história no Vasco.
Para colocar de vez seu nome na história do Vasco, Andrezinho volta a campo domingo, às 16h (de Brasília), para encarar o Botafogo, na primeira partida da decisão do Carioca. Campeão da Taça Guanabara, o Cruz-Maltino tem a vantagem do empate. Antes, porém, encara o Remo, quarta-feira, em São Januário, pela primeira fase da Copa do Brasil.