Em sorteio realizado na tarde desta segunda-feira (8), na volta do Poder Judiciário após o recesso de fim de ano, Luiz Zveiter foi escolhido entre 25 desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) para relatar o mandado de segurança impetrado por Eurico Miranda onde o dirigente requer a validade da polêmica urna 7, que nas últimas decisões judiciais foi desconsiderada, o que dá a vitória momentânea ao candidato de oposição Julio Brant.
Zveiter tem uma ligação antiga com Eurico. De acordo com o "Estadão", em 2004, por exemplo, ele se reelegeu como presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por pressão do dirigente. Anteriormente indicado pela CBF, o desembargador naquela ocasião não constava na lista da entidade, que indicou José Mauro Couto e Virgílio Augusto da Costa Val para votação. Porém, Miranda se articulou em conjunto com o extinto Clube dos 13 e não só incluiu Luiz na listagem como o ajudou a vencer por 7 votos a 0.
"A CBF tentou uma manobra. Ricardo Teixeira quer dominar os clubes, a política desportiva e também não desportiva", teria dito Eurico na época
Em 2012, segundo a coluna "De Prima", do jornal Lance!, Eurico foi um dos mais cortejados na cerimônia de posse do filho de Zveiter, Flavio, que assumiu a presidência do STJD na época. O artigo classificou Miranda como "amigo" do desembargador.
Em novembro do ano passado, o Globoesporte.com noticiou um encontro entre Eurico e Luiz. A reportagem diz que o tema da reunião foi o processo que apurava as possíveis irregularidades na eleição vascaína e que o dirigente buscava apoio e influência.
A ligação entre a dupla levanta suspeitas no grupo de Julio Brant, que analisa a situação com receio.
Uma vez nomeado o relator, Luiz Zveiter e mais 24 desembargadores votarão pela validade ou não da urna 7. Caso o mandado de segurança seja acatado, ela volta a valer e Eurico Miranda torna-se o vencedor da eleição cruzmaltina, tendo direito a indicar a maioria dos conselheiros no pleito do Conselho Deliberativo, que acontecerá até o dia 16 de janeiro, último do atual mandato do dirigente.
Após a decisão do colegiado dos desembargadores, caberá recurso do caso junto ao presidente do TJRJ, Milton Fernandes de Souza, e, posteriormente, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.