Antes de ser ábitro, Dacildo tentou atuar como jogador, mas percebeu ser com o apito que poderia se destacar no futebol. Ele relata que sempre se interessou pela profissão. Começou a carreira aos 20 anos, mas aos 14 já havia ingressado no mundo da arbitragem.
Dacildo Mourão apitou seu primeiro clássico regional, Ceará x Ferroviário, aos 21 anos. Teria uma carreira longa. E marcante. Também ficou famoso por uma polêmica em 1997, na Série A do Campeonato Brasileiro, em jogo entre América-RN e Vasco em Natal. O atacante Edmundo já havia levado o primeiro cartão amarelo na partida. Em outro lance, puxou o adversário pela camisa, o que lhe rendeu a segunda advertência e, consequentemente, a expulsão. Na saída de campo, o Animal atacou o juiz com palavras.
- Ele disse assim: Como que vem jogar na Paraíba e colocam um paraíba para apitar? recorda.
Dacildo, que é cearense, preferiu não entrar com processo contra o jogador por racismo. Ele conta que apitou novamente um jogo do Vasco pouco tempo depois da confusão. Na ocasião, cumprimentou Edmundo, como se nada tivesse acontecido.
- Passou, pronto. Depois que o árbitro apita, acaba. São coisas do futebol explicou.
Atualmente, Dacildo Mourão é representante comercial, no estado do Ceará, de uma empresa que comercializa instalações e faz montagens elétricas. Além disso, continua atuando no futebol. O ex-árbitro da Fifa é membro da diretoria da Ligaffi (Liga de Árbitros de Futebol) e organiza torneios esportivos por todo o Estado.
Dacildo diz que não há mais árbitros natos. Para ele, basta saber correr para apitar. Sobre o advento da tecnologia ao futebol, é enfático:
- Sou contra. Quanto mais se usa, mais piora a arbitragem. Quem tem de decidir é o juiz, sozinho. O vigia lá de trás (da trave), por exemplo, não serve de nada. Ficam agora com um negócio no ouvido que não serve de nada! conclui.