Apesar da indefinição sobre o próximo presidente do Vasco, a gestão de Alexandre Campello se encaminha para o final e, com ela, o fim do ciclo de contratações. Com o encerramento do prazo de inscrições para o Campeonato Brasileiro, não chegarão mais reforços até 15 de janeiro, quando o dirigente deixará o comando do clube.
Ao longo de três anos, entre 2018 e 2020, foram 43 contratações. Uma média de 14,3 reforços por temporada. O ge avaliou todos, com classificações de 0 a 5 estrelas, e fez um perfil dos jogadores que chegaram ao Vasco na era Campello. Você sabe qual posição foi mais reforçada? E em qual temporada o clube trouxe mais jogadores? Quantos estrangeiros foram contratados?
Foram muitos nomes, alguns badalados, outros nem tantos. Fato é que poucos conseguiram marcar o nome na história do Vasco. Entre muitas apostas e um punhado de erros, o maior acerto certamente foi Germán Cano. O argentino foi o único a receber cinco estrelas, pontuação máxima.
Vários aspectos foram levados em conta. O principal, é claro, o desempenho em campo. O carinho da torcida, número de jogos, expectativa na contratação, valores investidos e a forma como deixaram o clube também foram avaliados. O fator título teria um peso extra, mas no período o Vasco conquistou apenas uma Taça Guanabara, em 2019.
Dos 43 reforços, apenas dois não foram avaliados. Última contratação da gestão de Campello, Jadson fez apenas dois jogos. Além dele, o angolano Toko Filipe, contratado como aposta, sequer está treinando com o elenco principal e ainda não entrou em campo. Como seu contrato vai até outubro de 2021, o tempo dirá se sua contratação foi um acerto ou não.
Durante sua gestão, Campello não foi o único responsável pelas contratações. No período, foram dois vice-presidentes de futebol (Fred Lopes e José Luis Moreira) e quatro executivos na pasta (Paulo Pelaipe, Newton Drummond, Alexandre Faria e André Mazzuco). Além deles, o Vasco teve sete treinadores no período: Zé Ricardo (estava no clube quando Campello assumiu), Alberto Valentim, Jorginho, Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Ramon Menezes e Ricardo Sá Pinto. E esse número ainda pode aumentar, uma vez que o português está ameaçado no cargo.
Sem dinheiro em caixa, o Vasco, ao longo dos últimos três anos, foi atrás de oportunidades de mercado, jogadores com algum nome que estavam em baixa em outros clubes ou apostas. Medalhões foram poucos, casos de Castan, Máxi Lopez e Bruno César.
Em 2018, com o time na Libertadores e o planejamento iniciado pela antiga gestão de Eurico Miranda, o Vasco contratou 13 jogadores durante a presidência de Campello. A temporada seguinte foi quando o clube mais foi ao mercado, trazendo 18 atletas. No ano derradeiro, foram 12 contratações.
O ataque foi a posição mais reforçada durante a gestão de Campello. Ao todo, foram 12 jogadores para o setor. No período também chegaram nove volantes e oito meias. Curiosamente, foram apenas dois goleiros: Fernando Miguel e Sidão.
Dos 43 jogadores contratados no triênio, nove são estrangeiros. Ou seja, 21% dos reforços não nasceram no Brasil. Alguns deles, aliás, foram bem, casos de Cano, Benítez, Maxi López e Guarín. A Argentina foi o país que mais teve atletas chegando ao clube no período: quatro.
Goleiros
O Vasco trouxe apenas dois goleiros nos últimos três anos. Contratado em 2018 para substituir Martín Silva durante as convocações do titular, Fernando Miguel desbancou o uruguaio, que acabou deixando o clube no fim do ano. Na temporada seguinte, o Vasco trouxe Sidão quando Fernando Miguel sofreu uma lesão. O ex-goleiro de Botafogo, São Paulo e Goiás, no entanto, não vingou em São Januário.
Laterais
O Vasco contratou seis laterais no último triênio, mas, curiosamente, dois nomes que já estavam no clube antes de 2018 acabaram sendo os titulares das posições durante a maior parte do período: Yago Pikachu e Henrique. Com a má fase dos dois, no entanto, os recém-contratados Léo Matos e Neto Borges vêm tendo oportunidades com Sá Pinto. A nova dupla, porém, ainda não se firmou.
Zagueiros
Foram seis zagueiros contratados na gestão de Alexandre Campello. De longe, quem deu mais certo foi Leandro Castan. Na Colina desde 2018, virou titular absoluto, capitão e liderança do elenco. Não vive boa fase, mas tem crédito com a torcida. Recém-contratado, Jadson não foi avaliado.
Volantes
Foram muitos volantes contratados nos últimos três anos. Poucos deram certo. Quem mais agradou foi Guarín. O colombiano foi o principal nome do time na reta final do Brasileiro de 2019, com Luxemburgo. Neste ano, demorou a renovar, depois se machucou e pediu para ir embora por problemas pessoais.
Raul foi outro que teve passagem bem-sucedida, após chegar sem muita badalação do Ceará. A nova aposta é o argentino Léo Gil. Contratado em outubro, já mostrou qualidade, mas caiu de rendimento com a má fase do time.
Meias
Também foram muitas tentativas para comandar o meio de campo. O único que deu certo foi Martin Benítez. Atual camisa 10, ele é hoje o único jogador que inspira confiança na criação de jogadas. O problema é que o argentino está praticamente de saída. O Vasco ainda não selou a compra junto ao Independiente, e o empréstimo acaba no fim do mês.
Atacantes
Setor mais reforçado no último triênio, o ataque do Vasco recebeu 12 novos jogadores na gestão de Campello. Entre eles, Germán Cano, atleta mais importante do time em 2020.
Seu compatriota, Maxi López, também fez barulho em São Januário. O argentino começou muito bem em 2018, mas caiu de rendimento na temporada seguinte.
Além dos centroavantes, muitos atacantes de lado foram contratados, mas quase ninguém deu certo. Quem mais agradou foi Rossi, que teve uma boa temporada em 2019.