Com menos de dois anos de existência, o Clube de Regatas Loureiro, que fica dentro do condomínio Alfa Barra, é a única escola de remo do bairro. Mas, apesar da pouca idade, o clube já conseguiu resultados surpreendentes nas competições que disputou. Durante o 23º Torneiro Remo do Futuro, realizado mês passado, no Estádio de Remo da Lagoa, o Loureiro ficou em segundo lugar na categoria por equipes, vencendo clubes tradicionais como Vasco e Botafogo, e perdendo apenas para o Flamengo.
Agora, o objetivo é disputar os torneios estaduais. Para isso, em dezembro, o clube estará se filiando à Federação de Remo do Estado do Rio (FRERJ), que também promete impulsionar o esporte na Barra.
Estou treinando a garotada desde o início do ano. Entramos no 23º Torneiro Remo do Futuro com nossa pré-equipe. De nove provas que participamos, ganhamos medalhas em todas conta José Augusto Loureiro, conhecido como Gutão, presidente e fundador do clube. A competição foi contra os grandes clubes de remo. Só perdemos no geral para o Flamengo.
Gutão conta com uma ajuda de peso para incentivar os jovens remadores da escolinha que comanda. Trata-se de Sérgio Sztancsa, o Alemão, campeão brasileiro de remo por nada menos que 16 vezes. Sérgio levou para o Loureiro dois avançados aparelhos de remo indoor, que proporcionam ao aluno aprender os movimentos corretos do remo, assim como aplicar o esforço e a técnica ideal para remar.
A Barra tem águas perfeitas e material humano suficiente para desenvolver o remo. Basta implantar o esporte e dar-lhe força para que ele deslanche em pouco tempo na região prevê Alemão.
Apesar da pouca estrutura e de estar fora da Zona Sul, onde se concentram os tradicionais clubes de remo da cidade, o Loureiro provou que a força de vontade e a ousadia podem superar a tradição. Gutão, fundador do Loureiro, clube batizado com o sobrenome de seu avô, um antigo remador, conta como recrutou a maioria dos atletas que fazem parte hoje de sua equipe.
Vieram da Igreja Missionária Evangélica Maramata, que freqüento em Jacarepaguá. Olhava para estes jovens, percebia o tipo físico e sabia que deveria trazê-los para o remo lembra Gutão. Hoje, a equipe conta com 10 meninos e 10 meninas, com idades que variam de 13 a 30 anos.
Um dos destaques da equipe é Tainá Rodrigues, 17 anos, que foi quinta colocada na categoria júnior individual do Trofeú Brasil de Remo, disputado em São Paulo, mês passado. Tainá competiu com atletas mais experientes. Segundo ela, o resultado positivo é fruto do treinamento pesado.
Treinamos de segunda a sábado, e também nos feriados destaca ela, que conta como começou sua trajetória no esporte: Eu freqüento a igreja que Gutão também freqüenta. Um belo dia, ele me disse que minha estrutura física era boa para remar. Semprei fui magra. Ele me convidou e comecei a treinar - conta Tainá. Nunca tinha feito esporte antes. Tinha desejo de aprender handebol mas, hoje, sou apaixonada pelo remo.
Federação vai trazer competições para a região
Mais do que uma intenção, há a decisão de trazer o remo para a Barra. A afirmação é de Alessando Zelesco, presidente da FRERJ. Segundo ele, o bairro tem todos os requisitos para sediar competições de remo em um futuro bem próximo.
A Barra é ideal para a prática do esporte. A Lagoa de Marapendi, por exemplo, é uma região agradável para o atleta que se depara com áreas verdes e fauna rica confirma Zelesco. Um fato importante é que a extensão desta lagoa, com seus 8 mil metros, é maior do que a da Lagoa Rodrigo de Freitas, que tem apenas 2 mil. Isso ajuda nos treinos de longa distância.
Segundo ele, a política da entidade é abrir novos pólos de remo na cidade.
Estamos programando a realização de uma edição do Torneio Regata do Futuro, em 2009, na Barra. Tudo indica que acontecerá na Lagoa de Marapendi revela.
De acordo com Gutão, presidente do Clube de Regatas Loureiro, não é apenas na extensão que a Lagoa de Marapendi leva vantagem sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas. A questão geográfica também é um diferencial, pois influencia o desempenho dos remadores.
Como a lagoa da Barra é mais baixa em relação ao nível do mar, ela não sofre muito com a ação do vento. Neste caso, temos mais dias úteis para os treinos diz Gutão.