Futebol

Renato abre o coração falando sobre o Caso Romário

O descaso de Romário com o Vasco chegou ao limite. O baixo rendimento do atacante, o seu sumiço, a quebra do regime de trabalho e as críticas aos companheiros levaram - quem diria! - o amigo e técnico Renato Gaúcho a perder a paciência com as regalias do jogador.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o treinador faz um mea-culpa.

Admite que, de tanto passarem a mão na cabeça do Baixinho, ele e o presidente Eurico Miranda são culpados, em parte, pela crise instalada em São Januário. Mas Romário extrapolou. E depois de faltar a três treinos seguidos, pois ficou de quinta-feira a sábado sem aparecer, foi sumariamente barrado do clássico de domingo contra o Flamengo.

Para Renato, a situação chegou a um estágio crítico: ou ele punia o atacante, para não ter o trabalho prejudicado, ou faria vista grossa mais uma vez, correndo o risco de perder o comando sobre o grupo, que não gostou de ouvir do jogador que \"Nem mágico daria jeito no time\". Ficou com a primeira opção.

O treinador ainda conta com o Baixinho. Mas avisa: - Ele tem de se enquadrar!

LANCE!: Quando você falou com Romário pela última vez?

RENATO GAÚCHO: Na quinta-feira, no aniversário da filha (Ivy) dele. Estava tudo bem. Até disse a ele que fosse a São Januário para conversarmos.

L!:: E depois disso vocês não se falaram?

R:: Não. Tentei até o último minuto.

Ele não treinou sexta e sábado (quinta estava liberado). No sábado, fiz contato, liguei, deixei recado, pedi no Vasco que mandassem ele me telefonar e nada.

L!:: E você perdeu a paciência?

R:: No domingo, ele telefonou avisando que estava à disposição para o jogo com o Flamengo. Eu disse que não. Não treinou, não deu satisfação, não vai jogar. Romário é meu amigo, meu parceiro, temos uma relação ótima, foi ele quem me levou para o Vasco. Mas chega uma hora em que não dá. Depois, quem fica mal sou eu. Prejudicar meu trabalho, não. Tudo tem limite.

L!:: Mas você e o presidente do Vasco não contribuíram para isso, facilitando sempre a vida dele?

R:: Romário tem 40 anos, não é mais um garoto. Não pode treinar como os outros. Só que dessa vez foi longe demais. E é por isso que eu e o presidente queremos mudar um pouco o quadro. Nós nos preocupamos com ele. Romário sabe que se não treinar correrá sério risco de lesão. Sabe que precisa treinar em prol do Vasco. Estamos pensando no bem dele.

L!:: O Romário de 2005 não é o mesmo de 2006?

R:: Não. No ano passado, nós traçamos uma estratégia de trabalho seguida à risca por ele. Ele treinou com seriedade, passou a fazer uma dieta longe da carne vermelha e do refrigerante. Era mais participativo. E qual foi o resultado? Ele acabou como artilheiro do Campeonato Brasileiro. Este ano foi tudo diferente: não fez pré-temporada, não vem treinando, não sei nem se manteve a dieta. Queremos aquele Romário de volta.

L!:: Então, o problema não é de agora. Quando você o substituiu contra o Fluminense (ocasião na qual Romário saiu de campo se queixando do técnico) foi porque já notava uma queda no rendimento dele?

R:: Sim.

L!:: E houve desentendimento entre vocês depois disso?

R:: Depois nos falamos. Eu expus minhas idéias e ele definiu as dele. Ele achava que não devia sair, mas eu, como comandante, achava que, naquela momento, o melhor para o Vasco seria a alteração.

L!:: Fora de campo, o comportamento dele também tem sido estranho?

R:: Quero saber o que está acontecendo com ele. Não sei se ele está precisando de ajuda, ele sumiu, não dá sinal de vida. Ele sumiu, não se abre...

L!:: Você teme o risco de ganhar a inimizade dele depois de tudo isso?

R:: De jeito nenhum. Romário é meu irmão, meu amigo. Adoro ele. E como ele é inteligente, sabe que estou fazendo o melhor para o time, o melhor para o Vasco. Nem penso nisso.

L!:: Falou-se em rescisão de contrato...

R:: Isso aí é com o presidente. Mas para Romário continuar vai ter de se enquadrar.

L!:: Verdade que você pensou em se demitir depois da derrota para a Cabofriense?

R:: Pensei, sim. Saí de casa e disse à minha mulher (Maristela) que ia entregar o cargo porque tem horas em que só uma mudança resolve, as coisas não têm dado certo... Mas na reunião com o presidente e Zé Luiz (José Luiz Moreira, vice de futebol), quando pensei em abrir a boca, eles levantaram a minha bola. Disseram que a culpa não era minha e que continuavam satisfeitos com o meu trabalho. Então nem toquei no assunto de ir embora do Vasco.

Fonte: Lance
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