Em entrevista à Rádio ESPN na manhã desta terça-feira (19), o diretor executivo de futebol do Vasco, René Simões, deu ainda mais indícios de que o futuro de Dedé deverá ser longe do clube de São Januário.
Segundo o dirigente, o Vasco tem o poder de decidir o futuro de Dedé até o dia 30 de junho, de acordo com uma cláusula contratual. Passado este prazo, qualquer clube que pague a multa de 10 milhões de euros (R$ 25,6 milhões) levará o zagueiro.
Os direitos econômicos estão divididos entre o Vasco e os investidores, e os direitos federativos estão ligados ao Vasco até junho. Então até junho o Vasco tem a última palavra sobre a saída do Dedé. Depois, dependemos da cláusula do contrato. Se aparecer alguém que pague os 10 milhões [de euros] da cláusula de saída, ou o Vasco compra a parte do investidor, ou tem que vender o jogador. Não tem como, está em contrato, conformou-se.
A parte do investidor a que René se refere são os 45% dos direitos econômicos de Dedé que pertencem ao Grupo DIS-Sonda. O Vasco tem outros 45% do jogador, e a Ability tem os 10% restantes. Esta divisão foi feita em janeiro deste ano, quando a DIS comprou seus 45% da Liga Participações por 3 milhões de euros (R$ 7,7 milhões). A negociação levou ao aumento da multa rescisória, que na época era de \"apenas\" 7 milhões de euros.
\"A cláusula era de 7 milhões [de euros] com o outro investidor, e aí a DIS entrou comprando a parte da Liga Participações, e a cláusula de saída foi elevada para 10 milhões de euros. A saída agora está prevista para [30 de] junho, e o Vasco não tem nenhuma intenção de liberar o jogador antes desse prazo\", explicou René.
O próprio dirigente, entretanto, deu pistas de que o Vasco não deverá adquirir a parte que lhe falta nos direitos de Dedé ao término do prazo, o que acarretaria na saída imediata do zagueiro após 30 de junho. Segundo Simões, o clube não dispõe de capital próprio para investir em atletas.
O Vasco não tem absolutamente nenhum capital para investir em jogadores, então tem que ter criatividade. Nossa ideia para buscar reforços é resolver os problemas jurídicos, para desbloquear o dinheiro que está bloqueado, e buscar novos investidores, afirmou.
Dirigente nega propostas de Corinthians e Grêmio e revela ter recusado oferta milionária
René Simões falou também sobre as especulações antigas a respeito de uma possível saída de Dedé para o Corinthians, e sobre rumores mais recentes a respeito de uma eventual troca pelo atacante Marcelo Moreno, do Grêmio. Segundo o dirigente, já existiram contatos preliminares, mas o Vasco não recebeu propostas oficiais de nenhum dos clubes.
A proposta do Corinthians sempre foi muito comentada, mas nunca chegou ao Vasco. Muito se falou também de troca do Marcelo Moreno pelo Dedé. Alguém me ligou falando sobre isso, mas não era do Grêmio, e eu disse: olha, não temos condições de fazer isso. Não chegou nada oficial do Grêmio, disse.
Finalmente, o dirigente revelou já ter recusado propostas até superiores aos 10 milhões de euros que provavelmente selarão a saída de Dedé a partir de julho. Ele não revelou o autor da oferta, mas deu pistas ao citar alguns clubes europeus que já fizeram sondagens pelo capitão cruzmaltino.
\"O valor da cláusula é 10 milhões de euros, mas é óbvio que nós já rejeitamos até um pouco mais do que isso. O investidor também concorda que o Dedé vale um pouco mais do que isso\", disse.
Vários clubes, como o Manchester City, da Inglaterra, a Juventus, da Itália, chegam através de algum agente, algum representante. Nós vamos conversando com todos, finalizou, enigmático.