René e Ricardo podem fazer Vasco seguir um caminho melhor

Se a história atual do Vasco fosse um livro, seria um drama. O clube, que vive problemas administrativos e financeiros, teve um ano para ser apagado. No entanto, dois personagens dignos de um enredo de autoajuda podem dar ao Cruz-Maltino um 2013 com começo, meio e final feliz. Ricardo Gomes e René Simões chegam como protagonistas em São Januário e se depender da história de vida de um, e dos métodos de trabalho do outro, a “obra” vascaína tem tudo para ganhar um novo curso.

Ricardo venceu uma doença, que segundo pesquisas recentes, mata seis milhões de pessoas por ano no mundo. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) causa mais mortes que a Aids, a malária e a tuberculose juntas. Alguém que sobrevive a tal mazela só pode desempenhar o papel de um vencedor. E é assim que Rômulo, que trabalhou com Ricardo no Vasco, classifica o novo diretor técnico de São Januário.

- É uma história de vida, quem sabe, pode até virar um livro no futuro. Por tudo que ele já ganhou como jogador e treinador, é uma pessoa, sem dúvida, vitoriosa. Depois do AVC, ele poderia ter escolhido ficar em casa e descansar. Mesmo assim, o Ricardo ainda quer estar envolvido com o futebol e trabalhando. Isso é um estímulo para qualquer atleta e até os que não trabalham com futebol. Acho que a lição que fica é nunca desistir e sempre ter fé nos sonhos – afirmou o volante.

René Simões não sobreviveu a uma grave doença. Porém, em sua carreira como técnico, usando métodos motivacionais, ele livrou alguns times de grandes fracassos. Foi assim com a seleção jamaicana, que ele levou à primeira Copa do Mundo da história do país, no Coritiba, que ele ajudou a tirar da série B, e no rival Fluminense. Em 2008, René assumiu o Tricolor no segundo semestre e livrou o time do rebaixamento. Para o ex-atacante Washington, um dos líderes da equipe na época, a postura do então treinador foi importantíssima.

- Ele é um cara muito inteligente. E além de acertar o time na parte tática, ele mexeu muito com o nosso psicológico. O Fluminense vinha desmotivado porque havia perdido a Libertadores e ele mexeu muito com a gente, conversando, mostrando vídeos, filmes, palestras. Ele me usava muito como exemplo também. Falava da minha recuperação. Esses métodos dele foram importantíssimos para que a gente livrasse o Fluminense do rebaixamento – contou o Coração Valente.

O escritor Day Ane, certa vez, disse: “Você consegue transformar suas frustrações em realizações usando a fé como motivação”. Se depender de Ricardo Gomes e René Simões, é esse tipo de texto que será escrito nas páginas da história vascaína referentes às próximas temporadas.