Repórter do L! lembra denúncia sobre eleição do Vasco

Tive a idéia de tentar votar com minha carteira vencida para verificar se, de fato, o pleito vascaíno era fraudulento. Desenvolvi a idéia com o repórter César Ferraz. Na época da eleição, curiosamente, eu e ele éramos os setoristas do Vasco. Mas tínhamos mais do que isso em comum. Afinal, além de sermos vascaínos e amigos de infância, queríamos pôr à prova a lisura da eleição do clube.

No estacionamento do LANCE!, quando disse a César minha idéia, ele, de primeira, respondeu que não se tratava de uma missão impossível. Aí, às vésperas da eleição, começamos a desenvolver o tema. Várias foram nossas "reuniões". Ao chegarmos à conclusão que seria algo viável, resolvemos, então, falar sobre a futura reportagem com o editor-executivo do L!, Eduardo Tironi.

Tironi, que ainda está no LANCE!, apoiou a idéia. E disse que, se executada, seria uma reportagem muito boa. Eu e César deixamos claro para Tironi que a matéria só seria veiculada se eu conseguisse fazer todo o trajeto de um associado no dia da eleição. O editor concordou. No domingo, véspera do pleito, Tironi estava de folga e eu o telefonei para pedir alguns conselhos sobre a execução do material.

Na segunda-feira, fui para São Januário - local da eleição - de carro com César. Saltei quase em frente ao portão principal da entrada das sociais do clube. Diferentemente de mim, ele foi cobrir a eleição como jornalista. Mas saiu da área da imprensa algumas vezes e foi ao meu encontro para ajudar na matéria. Assim que deixei o estádio, liguei para ele, que mal acreditava que eu tinha conseguido.

Hoje, tenho certeza que valeu a pena o esforço. E quanto esforço. Eu e César chegamos a São Januário pela manhã e deixamos a redação de madrugada, após o resultado da eleição. Mais do que isso, valeu a pena porque, enfim, o Vasco teve uma eleição limpa. E não aquela de mentira, que nada tem a ver com a história do clube. Talvez agora poderei voltar a São Januário, lugar que freqüento desde minha infância.