A chegada de Franck Assunção para o posto de diretor executivo de futebol do Vasco pegou os torcedores do clube de surpresa, pois seu nome é desconhecido do cenário nacional. Contudo, até mesmo na Itália, onde viveu e mantinha negócios enquanto era agente de futebol, a estranheza por ele te assumido este cargo no clube vascaíno também ocorreu, principalmente por não ser uma prática comum de um agente se tornar diretor.
Para desvendar este mistério gerado em torno dele, entrevistamos o renomado jornalista italiano Daniele Trecca, repórter de um dos mais famosos sites de futebol o Calciomercato.it, que nos revela as informações sobre o \"misterioso\" Franck Assunção na Itália.
Quem é Franck Assunção na Itália?
Na Itália, sobre o Frank Assunção sabemos que ele, acima de tudo, trabalha como intermediário de outros empresários e, como consequência, é parceiro de alguns agentes italianos. Em janeiro de 2009 ele trabalhou com Riccardo Calleri (agente aqui na Itália do meio-campista do Palermo, Barreto, do jogador Zuniga, do Napoli, e do atacante Ilbarbo, do Cagliari, e tentou transferência de Denílson, na época jogava pelo Palmeiras, para a Lazio, Reggina e Udinese, mas as negociações não evoluíram. Junto com ele, Calleri transferiu Zuniga para Siena em 2008. Em outubro de 2009, juntamente com Sergio Berti, um agente muito importante aqui na Itália (ele tem meia da Roma, Daniele De Rossi), ele negociou com o Botafogo SP e o Boavista a transferência de Bobo Vieri e Francesco Coco, sem sucesso. Ele muitas vezes levou jogadores interessantes durante Torneo di Torino\" para a Itália, onde em 2009 transferiu Alemão de Santos para Udinese, mas que agora o jogador joga por empréstimo para o Grêmio Catanduvense. Em julho de 2010, ele disse que ele propôs na Itália os jogadores brasileiros Wesley (Santos), Neymar (Santos) e Tiago Luiz (Santos), mas que as equipes italianas não apresentaram uma oferta.
Ele então era agente de jogadores ou trabalhava com parceria?
Ele trabalhou mais do que tudo, como parceiros dos agentes italianos, mas também negociou atletas como agente próprio, como Alemão em 2009 e Fillipi Dourado, que jogou no América do México, em 2008.
Ele foi diretor de Ascoli, correto?
Segundo minhas informações, oficialmente ele nunca tomou posse como diretor de Ascoli, mas ele tinha um bom relacionamento com a equipe italiana e tinha uma espécie de parceria. Em 2006, sei que ele estava com o diretor de Ascoli, Armando Ortoli, na Vila Belmiro para visitarem o centro esportivo do Santos.
É notório o interesse de clubes italianos em jogadores do Vasco. Você acredita que por ele ter uma grande ligação na Itália poderia facilitar a ida de alguns atletas do clube para o país?
Como italiano, espero que sim (risos). Aqui na Itália, há uma série de clubes que apreciam jogadores do Vasco, como Dede, Romulo, Fagner, Diego Souza... Acho que que a sua relação com a Itália poderia ajudar os nossos clubes nas negociações, colocando estes à frente em comparação com a concorrência de outros países. Mas no mercado, no final, é o dinheiro o fator mais importante. Às boas ofertas é que fazem a diferença.
Você acha que ele pode ser um bom esportivo diretor?
É muito difícil dar uma opinião. Certamente ele sabe muito bem países europeus como Itália, Portugal e Suíça, e tem vários contatos que poderiam ajudá-lo a fortalecer Vasco da Gama. Aqui na Itália não é comum ver um agente se tornar diretor de futebol, mas, na minha opinião, não é muito ruim, porque ele sabe muito bem como as coisas acontecem. Espero que para o Vasco, ele possa ser um bom diretor, mas é cedo demais para expressar uma opinião definitiva.