Reunião da diretoria administrativa, nesta quarta, em São Januário, contornou, por ora, a crise instaurada por conta da nomeação de Luiz Mello como CEO da 777 Partners. Apesar da enorme rejeição em relação ao nome, houve consenso de que o momento é de priorizar a transição para que a Vasco SAF seja criada e receba R$ 120 milhões previstos em contrato. As divergências podem esperar.
No encontro, que contou com a participação de Salgado e todos VPs (presencialmente ou virtualmente) com a participação de membros da 777, houve um alinhamento para que a transição seja priorizada. Os VPs contrários à nomeação aceitaram que Luiz Mello foi o escolhido pela 777 e é com ele que eles terão de lidar nesse período de transição.
O Vasco estima entre três e quatro semanas a conclusão da transição. Primeiro será necessária a criação da Vasco SAF, que será, em um primeiro momento, 100% do clube. A segunda etapa será a assinatura de contrato e transferência de 70% da empresa para a 777 Partners. É nesse momento que os R$ 120 milhões previstos para 2022 serão depositados na conta da SAF.
O clima, após a reunião, é de trégua temporária para que a transição para SAF aconteça de forma rápida e organizada. O VP Jurídico Zeca Bulhões, que participou de toda negociação com os americanos e tem boa relação com Luiz Mello, foi o escolhido para coordenar, por parte do Vasco, o processo. Ele terá apoio e ajuda do presidente Jorge Salgado e do vice-geral, Carlos Roberto Osório.
Eventualmente, cada VP de sua área será chamado para ajudar, de acordo com as demandas. Todos concordaram sentar e trabalhar com Luiz Mello, durante esse período, caso necessário.
A nomeação do ex-CEO do Vasco para o mesmo cargo na 777, no entanto, ainda não foi digerida por muitos, que apontam conflito de interesses, uma vez que até domingo ele ainda era funcionário do clube e muitos não foram informados sobre a decisão.
Há a expectativa entre muitos dirigentes de que Mello fique no cargo somente durante o período de transição. Esse foi um pedido de Jorge Salgado a Juan Arciniegas, diretor da 777, na última segunda. Uma tentativa de contornar a revolta gerada pela nomeação e o movimento de saída de VPS que se criou.
O Vasco, no entanto, sabe que a decisão é da 777 Partners e nada pode fazer. Na empresa, a saída de Mello foi descartada.